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Enviada em: 08/04/2018

No Brasil, segundo pesquisas realizadas em 2017 pela SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, por mais que o número de pessoas com hábitos de consumo consciente tenha crescido nos últimos anos, a maior parte da população, ainda, é refém da falta de educação financeira em consonância com a obsolescência programada. Tal questão deve ser enfrentada, uma vez que os prejuízos do consumismo são diversos e potenciais estimulantes às desigualdades sociais. A persistência dos maus hábitos de consumo na sociedade brasileira deve-se, especialmente, à cultura do consumo, implantada nos indivíduos durante as últimas décadas. Com isso, a ideia dos filósofos Adorno e Horkheimer se faz presente, visto que a Indústria Cultural foi responsável pela criação de padrões sociais, os quais se relacionavam diretamente com a pseudofelicidade de comprar, aumentando, dessa forma, o consumo compulsório. Tudo faz a população perder a autonomia de pensamento, resultando em seres alienados e carentes de criticidade. Somado a isso, é preciso pontuar que o sistema capitalista, na perspectiva do sociólogo alemão Karl Marx, por meio da exploração econômica, objetiva apenas lucros. A partir desse raciocínio, é factual destacar a abrangência da obsolescência planejada como principal estratégia de obtenção de capital. Contudo, tal prática não tem levado em consideração os impactos gerados nos âmbitos social, ambiental e cultural. Com isso, torna-se indispensável a promoção de políticas voltadas ao combate da situação em questão. Urge, portanto, minimizar os hábitos consumistas do cidadão tupiniquim. Dessa forma, é preciso que o Ministério da Educação promova a inserção de matérias no ensino básico escolar, tais como economia e administração, com objetivo de fomentar o consumo consciente. Ademais, é imperioso que os poderes Legislativo e Executivo sancionem uma lei que regulamenta o aumento da durabilidade dos produtos a serem comercializados no país, some-se a isso, a posterior necessidade de fiscalização e aplicação da legislação por parte do Poder Judiciário. Por fim, com a mitigação dos impactos do capitalismo e com as políticas em funcionamento, a população com bons hábitos de consumo aumentará em grande proporção no país e, consequentemente, diminuirá as desigualdades sociais.