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Enviada em: 06/04/2018

Em uma cultura baseada na chamada Sociedade do Espetáculo, conceito criado por Guy Debord para designar o conjunto das relações sociais mediadas pelas imagens, o consumismo tem se tornado um hábito frequente na sociedade brasileira. Das relações interpessoais à política, passando pelas manifestações religiosas, tudo está mercantilizado e envolvido por imagens, sendo assim, é comum a ideia de que é preciso "ter para ser". Seja pela influência midiática, seja pela relevância no status social, o consumo desnecessário ganha dimensões preocupantes haja vista suas graves consequências ambientais e psicossociais.                       Em primeiro lugar o padrão de consumo da modernidade é uma característica recente na sociedade brasileira. Sob essa ótica, os filósofos da Escola de Frankfurt, Adorno e Horkheimer, foram os pioneiros no estudo da mídia e seu potencial de influência em massa. Nessa conjuntura, em um sistema global, majoritariamente capitalista, a mídia passa a exercer sua função manipuladora para convencer a população a comprar cada vez mais e, consequentemente, perpetua os hábitos consumistas. Segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), apenas 28% dos consumidores brasileiros gastam de maneira consciente. O consumo não é problemático, o problema é comprar o que é supérfluo de forma instintiva, compulsiva e irracional.                    Nesse viés, é válido ressaltar que toda mercadoria, necessariamente, advém de uma matéria-prima extraída do meio ambiente. Ademais, essa, por sua vez, dará origem a uma quantidade de lixo que voltará como produto nocivo ao planeta. Logo, fica evidente uma relação de proporcionalidade entre o consumo e a degradação ambiental, sendo necessária a adoção de medidas de reciclagem, reutilização e redução. Hoje os produtos já são fabricados com "data de validade", é a chamada obsolescência programada, ou seja, o produtor vende uma mercadoria que se tornará obsoleta para forçar o consumidor a comprar a nova versão do produto. O problema é que a sociedade criou padrões de comportamento que difundidos pela mídia, demonstram o quão bem-sucedido um indivíduo é conforme satisfaz suas "necessidades" de consumo, o que muitas vezes é ilusório.                            Com efeito, é imprescindível uma parceria entre o Estado e a população para resolver o impasse em pauta. Em primeiro plano, cabe ao Ministério da Educação estimular o pensamento crítico na sociedade por meio de palestras nas escolas e propagandas em telejornais, evitando a entrada da população no mundo consumista sem um senso consciente pré-formado. Outrossim, o Governo Federal em parceria com as prefeituras deve incentivar a comunidade a separar o lixo e entregá-lo em centrais de reciclagem por meio de um benefício em porcentagem de desconto nos impostos como IPTU. assim, o país tornar-se-á mais equilibrado no que tange à relação entre o homem e meio ambiente