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Enviada em: 08/04/2018

O "super-homem", idealizado pelo filósofo Nietzsche, caracteriza o indivíduo capaz de livrar-se das amarras sociais. Todavia, ao que tudo indica, poucos parecem entender essa lição no que se refere ao crescente consumo na sociedade brasileira do século XXI. Seja pela influência midiática, por empresas de crédito, ou pela relevância no patamar social, o consumo desnecessário ganha dimensões alarmantes acarretando em  grandes problemas sociais e ambientais.   A globalização e os meios de propaganda causaram um impacto demasiado na desigualdade social, e com a ascensão da classe C no âmbito econômico, é notório que essas pessoas compram exageradamente, a fim de minimizarem a exclusão social. Como a mídia e a propaganda são responsáveis por impor um padrão vida, boa parte da população esbanjam mais do que pode para se enquadrar nos moldes de uma sociedade dita perfeita. Dessa forma, o poder aquisitivo de um indivíduo é o que corresponde ao seu valor social, evidenciando essa perspectiva no ditado popular que diz: “o homem vale aquilo que tem”. Por conseguinte, o gasto com produtos supérfluos torna-se necessário para que o cidadão seja valorizado no meio social.   Ademais, é imprescindível destacar os impactos ambientais causados pelo consumo exagerado. Uma das consequências imediatas da falta de sustentabilidade das empresas é o aumento de produtos de obsolescência rápida. Nesse sentido, por ser de curto prazo, os itens tornam-se sem utilidade mais rápido,  motivando os consumidores a comprarem um novo modelo em pouco tempo e dificultando o fim no qual o artefato terá, esse último sendo um grande fator responsável pelos negativos impactos ambientais. A natureza é amplamente prejudicada e responsiva com desastres naturais que afetam milhares de pessoas. Logo, fica evidente uma relação de proporcionalidade entre o consumo e a degradação ambiental, sendo necessária a adoção de medidas de reciclagem, reutilização e redução.   A partir dos fatos supracitados, é imprescindível que haja uma relação maior entre o Estado e a população para resolver o impasse em pauta. Em primeiro plano, cabe ao Ministério da Educação estimular o pensamento crítico na sociedade por meio de palestras sobre consumo e economia nas escolas e propagandas em telejornais, evitando a entrada da população no mundo consumista desenfreado. Além disso o Ministério do Meio Ambiente deve investir mais em pesquisas sobre desenvolvimento sustentável e trabalhar a ideia de compra responsável, de forma que não haja desperdícios, e caso houver, separar o lixo e entregá-lo em centrais de reciclagem, para que possa ser descartado de maneira correta. Assim, será possível, que o homem veja além de um padrão de vida perfeita, para vir a ser o ''super-homem'' livre das amarras sociais, mais sustentável e econômico.