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Enviada em: 29/08/2018

Segundo Ralf Dahrendorf, filósofo alemão, "a anomia é uma condição onde as normas reguladoras do comportamento das pessoas perderam sua validade". Partindo desse pressuposto, nota-se a presença de um estado de anomia social, pois hodiernamente, erros médicos ainda estão entre as principais causas de morte. Em suma, esse quadro é fruto do despreparo dos médicos e da lentidão da justiça no processamento dos casos referentes.       Nessa perspectiva, parafraseando Aristóteles, o principal objetivo da política é promover um equilíbrio social. Ainda assim, percebe-se a falha na promoção dessa harmonia, visto que, segundos pesquisas, nos Estados Unidos, erros médicos matam anualmente, cerca de nove vezes mais que armas de fogo. Nesse viés, faz-se notória a falta de preparo dos profissionais da saúde.       Outrossim, destaca-se a lentidão judicial no combate às imprudências médicas como impulsionador do problema. Como já dito por Martin Luther King Jr., "a injustiça em um lugar qualquer é uma ameça à justiça em todo lugar". Por conseguinte, observa-se que a ineficiência do Judiciário torna-se um incentivo à prática da má conduta médica, já que esta passa a não oferecer risco algum a seus praticantes.       Portanto, torna-se evidente a necessidade de uma tomada de medidas que visem ao bem-estar geral. Desse modo, cabe ao Poder Judiciário efetivar as punições previstas na lei para negligências médicas, assim, pode-se incentivar a prática da boa medicina e assegurar um atendimento bom e adequado ao paciente. Ademais, como já dizia o economista francês Robert Turgot, o princípio da educação é pregar com o exemplo. Logo, o Ministério da Educação deve promover nas faculdades de medicina, feiras que discutam e evidenciem as mazelas provocadas pela imprudência médica, a fim de preparar para o futuro bons profissionais e minimizar a anomia descrita por Dahrendorf.