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Enviada em: 03/09/2018

A imoralidade nietzschiana, o sofismo e o "endeusamento profissional"      A falta de ética e compromisso profissional com a responsabilidade civil por parte dos profissionais do da Idade Contemporânea, tem origem direta, para Nietzsche, no sentimento de superioridade com relação aos outros, e a reflexão disso, seria a própria natureza humana, que busca levar vantagem em tudo.      A responsabilidade criminal dentro da área medicinal, apresenta duas grandes falhas dentro dos pilares sociais de uma sociedade: uma na justiça e a outra na educação. A primeira, é tangível com a corrupção e a falta de vigor no sistema judiciário de alguns países, como o Brasil, que não confere punições adequadas a crimes de irresponsabilidade médica, corroborando com o aumento da habituação dessas práticas, enquanto que, no tocante a educação, a ausência dos princípios morais, aliados ao anseio pela razão e não pela verdade, refletem na postura antiquada de superioridade a qual Nietzsche descreveu como sendo "o afeto de superioridade em relação àquele que tem de obedecer", uma vez que a medicina, enquanto cargo, é tão prestigiada a ponto de se prevalecer diante das demais profissões.      Embora a irresponsabilidade médica seja uma realidade no planeta, há também casos e exceções que não sobrecarregam o profissional da saúde com a total culpa de uma eventual falha, já que a qualidade do ambiente hospitalar, a higiene do estabelecimento, tal como a disponibilidade de medicamentos, também interferem muito na vida de um paciente, e por essa razão, o limite entre a responsabilidade criminal e o erro médico, deve ser estabelecido com base no auto-reconhecimento por parte do agente de saúde enquanto ser humano, e portanto, uma criatura propensa e suscetível a cometer erros e a gravidade da falha, mas somente quando a perícia desmitificar a relação entre perdas e "problemas estruturais".      Historicamente, é possível associar a postura contemporânea da sociedade em termos de superioridade perante a uma profissão com uma corrente filosófica: o sofismo, que consiste basicamente em atribuir a verdade como sendo algo relativo, ou seja, individualista, em que cada um cria a sua própria verdade, e portanto, o consenso é sempre inválido ao ponto de considerar algo como puramente verídico, tendo em vista que a obtenção do diploma já é mais do que o suficiente, para alguns, não procurarem evoluírem em suas áreas de atuação, sustentando o relativismo da verdade por meio da graduação.      Em síntese, a solução mais viável para resolver a responsabilidade criminal consiste na valorização da educação moral por parte dos ministérios responsáveis pela educação em cada país, valorizando o reconhecimento dos erros humanos, permitindo assim, a busca pela resiliência, assim como também a investigação no sistema judiciário deve ser mais aprofundada, por órgãos como o Ministério Público Federal, que deve combater a compra de sentenças em favor de médicos maquiavélicos.