Materiais:
Enviada em: 06/10/2018

"No Brasil, quem tem ética parece anormal". Tal afirmação, dada pelo político Mario Covas, mostra um dos grandes desafios do país, o erro médico, que todos os anos mata milhares de pessoas. A má qualidade e precariedade dos serviços médicos disponibilizados nos centros de saúde podem ser responsáveis por esses eventos adversos que comprometem a saúde pública. Além disso, esses fatos tornam-se recorrentes, já que passam, várias vezes, despercebidos ou não têm punição adequada.       A princípio, é necessário analisar a forma com que a má formação dos médicos coloca em risco a saúde do paciente. Nos dias atuais, o que se vê é uma onda de estudantes que cursam medicina apenas por status ou por dinheiro e por isso, formam-se profissionais que não gostam realmente do que fazem ou trabalham sem dedicação e respeito pelos pacientes. Com tais características, esses médicos estão mais propensos a envolverem-se em erros clínicos e podem tornarem-se criminosos. Essa adversidade pode ser comprovada através de uma pesquisa da Faculdade Federal de Minas Gerais (UFMG), que mostra que o erro médico mata mais que o câncer no Brasil, com dois mortos a cada 3 minutos. O que evidencia o despreparo dos profissionais.        Outro fator que contribui para a não diminuição dos casos de erro médico é a impunidade dada a estes acontecimentos. Quando acontecem mortes ou agravamento do estado de saúde do paciente, o que ocorre muitas vezes é a falsificação de laudos sobre o motivo da morte ou complicação, escondendo o erro, que é a real causa. Contudo, mesmo quando os casos tornam-se processos judiciais, raramente os responsáveis são punidos de forma justa. Comparada à Antiguidade, tal conduta não era aceita pelos povos, uma vez que a atividade médica era regida pelo Código de Hammurabi, que previa penas severas aos médicos que comprometessem a vida de um paciente. Isso diminuía drasticamente os casos de erro médico, o que não ocorre no Brasil.        Portanto, medidas urgentes fazem-se necessárias para combater as ocorrência de falha médica no Brasil. A priori, o Ministério da Saúde deve contratam mais médicos para os hospitais, através de maiores investimentos, para que possa haver duas consultas para pacientes em estados mais graves, com dois médicos diferentes, a fim de diminuir as chances de erro. Além disso, o Tribunal da Justiça deve impor punições mais severas para casos de falha por médicos, para que, através do medo, os profissionais tenham melhor conduta e respeito à vida. Dessa forma, a saúde dos pacientes será assegurada e os erros serão diminuídos.