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Enviada em: 02/10/2018

Incorporada na Grécia Antiga por Hipócrates, a atividade médica surgiu na tentativa de promover a integridade física e emocional de seus pacientes e, desse modo, tratá-los. Frustra constatar, porém, que após séculos de desevolvimento na Medicina, o erro médico tomou espaço e, hodiernamente, é uma das maiores causas de morte nos hospitais, superando, até mesmo, a mortalidade do câncer. Diante disso, é imprescindível analisar os fatores que influenciam essa problemática.     Deve-se pontuar, de início, que o atual panorama da formação de médicos é responsável pelo impasse vigente. Isso porque, nos últimos anos, foram abertas diversas vagas em Medicina por todo o país com o intuito de atender a demanda de médicos no Brasil. Não obstante esse contexto, porém, imbróglios educacionais têm ameaçado a qualidade de ensino no país, haja vista que apenas 48% dos estudantes de medicina do 6º ano atingiram a nota mínima no exame de ordem do Conselho Federal de Medicina (CFM). Não é à toa, então, que devido a uma péssima formação, impulsionada pela quantidade em detrimento à qualidade da formação, a saúde brasileira vai de mal a pior, comprovando os altos números de erros medicos.        É fundamental pontuar, ainda, que a omissão governamental está atrelada ao crescimento de erros médicos. Isso decorre da falta de investimento na área da saúde, e da precarização do Sistema Único de Saúde - SUS - que acaba por favorecer os erros médicos, seja por falta de equipamento necessário, seja por falta de funcionários. Por conseguinte, sem a infraestrutura imprescindível à prática médica, o médico vê-se forçado a tomar atitudes impulsivas, o que contribui, ainda mais, ao erro. Em decorrência disso, maiores são os números de erros médicos, já que, negligenciados pelo poder público, os profissionais da saúde são forçados a agir em concordância ao que lhes é oferecido.         Torna-se evidente, portanto, que medidas são necessárias para resolver o imbróglio. Nesse sentido, o Ministério da Saúde, em parceria com o Governo Federal, deve proibir a criação de novos cursos de Medicina, a fim de promover a qualidade em detrimento à quantidade de cursos oferecidos e, assim, com uma melhor formação de médicos, o erro acabará, evidentemente, por diminuir. Além disso, o Ministério da Saúde, aliado às Faculdades de Medicina, deve criar um Exame de Ordem - tal qual acontece com o curso de Direito, onde exige-se, para a atuação no mercado, o exame da Organização dos Advogados do Brasil -, no qual, com parâmetros previamente estabelecidos, exija-se uma nota mínima para o exercício da prática medica na sociedade brasileira. Dessa forma, o erro médico deixará de ser um problema e a Medicina, assim como defendia Hipócrates, tratará prioritariamente da integridade de seus pacientes.