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Enviada em: 09/10/2018

Uma questão de ética e humanização             Nos últimos anos, no Brasil, o acesso ao ensino superior, especialmente às universidades particulares cresceu exponencialmente. Entretanto, de acordo com o exame do CREMESP, Conselho Regional de Medicina de São Paulo, em 2016, metade dos recém formados tiveram um desempenho abaixo do esperado. Além disso, os erros médicos estão entre as principais causas de morte no país, o que demonstra uma fragilidade no ensino de algumas universidades. Nesse sentido, na era das "fake news" e descredito de boa parte da população no argumento de autoridade, é necessário que os novos médicos estejam capacitados, mas também cultivem a humanização e ética durante o ofício.               Nesse viés, na última década muitas universidades no Brasil passaram a oferecer o curso de medicina e algumas foram criadas para atender à demanda, principalmente em regiões distantes como as rurais. Todavia, à medida que a população foi beneficiada pelo crescimento no número de profissionais, os erros diagnósticos também aumentaram, isto é, falhas cometidas por falta de entendimento acerca do caso do paciente, erros de conduta e procedimento ou também por má formação acadêmica, como mostraram os dados no exame do CREMESP. Dessa forma, muitas vezes casos como esses podem custar a vida do paciente atendido.              Por outro lado, Patch Adams, um médico americano especializado em oncologia pediátrica, dedicou a sua vida a descobrir uma maneira de aliviar o sofrimento de seus pacientes, por meio da observação e investigação. Ele acreditava que as atividades lúdicas que estimulasse o riso diminuiriam os transtorno do tratamento contra o câncer, como mostra seu filme biográfico. Nessa perspectiva, é possível compreender as máximas sobre ética do filósofo Immanuel Kant: Agir de tal forma que trate a humanidade de outra pessoa como própria, de maneira que essa atitude seja uma lei universal, sendo ela um fim e não um meio. Isso demonstra que a ética e o exercício da medicina são indissociáveis.             Por isso, diante do exposto, as universidades de medicina devem fomentar em seus alunos, durante toda a sua formação, a humanização e os cuidados ao tratar de um caso. Isso pode ser inserido na grade curricular, como disciplina obrigatória. Além disso, essas universidades devem avaliar periodicamente a aprendizagem de conceitos teóricos dos estudantes com testes extracurriculares. Outrossim, os Conselhos Regionais devem tornar obrigatório a aprovação no exame de ordem para os recém-formados, e punir com suspensão do exercício os profissionais que cometerem erros graves. Assim sendo, é essencial que medidas sejam tomadas para reduzir casos de falhas, mas também incentivar a sensibilidade no médico ao cuidar dos seus pacientes.