Enviada em: 07/10/2018

A revista BMJ, reconhecida na área da saúde, publicou em 2016 um estudo afirmando que erros médicos ocupam o terceiro lugar na classificação das principais causas de morte, mas será que os profissionais da saúde são os únicos responsáveis por esses dados? Inclusive é necessário discorrer sobre a responsabilidade criminal nesses casos. Logo, é necessário analisar a situação para mostrar que esse erro é causado por uma série de fatores, raramente relacionados apenas ao profissional.       Pode-se observar que o profissional graduado em medicina têm uma formação dividida entre o ambiente universitário, que precisa de equipamentos especializados, e o hospitalar, mas é de conhecimento geral que a educação no Brasil vem sofrendo problemas orçamentários, assim como os hospitais, de modo que os estudantes podem se tornar profissionais despreparados e situações como a que ocorreu em "Greys Anatomy", quando a personagem April Kepner não executa uma etapa do exame físico de uma paciente do trauma, levando-a a morte, acabam ocorrendo na vida real.       Entretanto, outro aspecto a ser analisado é a descaracterização, por parte da população, do médico enquanto um ser humano, caracterizando-o como um super herói de jaleco, que não comete erros, tanto que a maior parte dos pacientes, que precisam fazer procedimentos invasivos, não procuram a inscrição do profissional no Conselho Regional de Medicina, CRM, para confirmar sua formação, dessa forma é preciso romper essa construção no imaginário popular para que os casos de falhas sejam compreendidos com maior facilidade e corrigidos.     Nesse sentido, torna-se evidente que erro médico não é responsabilidade apenas do profissional da área e criminaliza-lo não ajuda a evitar. Portanto, o poder executivo deve aumentar as verbas destinadas a educação e a saúde para favorecer uma formação mais completa, bem como a mídia deve divulgar a importância de conferir o CRM e auxiliar a descaracterizar a ideia de super herói, reduzindo assim o número de erros.