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Enviada em: 31/10/2018

De acordo com o artigo 5º da Constituição Federal, de 1988, em consonância com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a DUDH, da qual o Brasil é signatário desde 1948, todo membro da família brasileira tem direito à saúde e ao bem-estar social. No entanto, passadas quase três décadas da promulgação da primeira e 70 anos do compromisso assumido na segunda, a sociedade brasileira ainda vivencia a persistência da negligência médica, seja por infraestrutura, seja por capacitação. Logo, poder público e coletividade devem unir forças objetivando combater esse problema social.   Convém ressaltar, a princípio, que aparatos governamentais são ineficientes no que diz respeito à competência médica, um exemplo disso é a infraestrutura dos hospitais e das ambulâncias, que muitas vezes não possuem instrumentos especializados para um diagnóstico ou um procedimento cirúrgico. De acordo com Norberto Bobbio, a dignidade humana é uma qualidade intrínseca ao homem, capaz de lhe dar direito ao respeito e consideração por parte do Estado. Com a frase do filósofo italiano, percebe-se que o governo não cumpre com o seu papel de garantir direitos mínimos, como uma saúde de qualidade, uma vez que não propicia uma atenção maior para investir melhor nesse setor, o que configura um desrespeito à população.    Em paralelo, é incontestável que a má formação do profissional de medicina estejam entre as causa principais desse problema, visto que muitos se formam visando o capital e não por amor à profissão. Assim, a chance de erros nas consultas aumentam, como a prescrição de receitas erradas, o que pode acarretar em doenças mais graves ou até a morte. De acordo com o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da "modernidade líquida" vivida nos dias atuais, com destaque para a incerteza e o egoísmo. Assim, movidos pelo lucro à qualquer custo agem por interesse e de forma irresponsável, o que reflete essa realidade.   Infere-se, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à melhoria de profissionais médicos. Assim, o Estado deve investir na construção, na reforma ou na ampliação de infraestrutura hospitalar e ambulatória, com materiais tecnológicos de qualidade e em parceria com o terceiro setor, deve instituir nas escolas, palestras ministradas por professores qualificados que mostrem a importância da profissão a fim de promover a conscientização dos perigos da má formação médica. Desta forma, observando uma ação conjunta entre instituições públicas e sociedade civil, o país dará passos mais firmes na direção de fazer jus à sua Carta Magna e à DUDH.