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Enviada em: 03/09/2019

Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa o número de mortes de pacientes causadas por erro médico, no Brasil, hodiernamente, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não desejavelmente na prática, e a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país. Nesse sentido, convém realizar uma análise de tal postura negligente para a humanidade.             Mormente, é indubitável que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na comunidade. De maneira análoga, é possível perceber que, no contexto brasileiro, a negligência de alguns médicos para com o Código de Ética Médica rompe essa harmonia, haja vista que, de acordo com o Instituto de Medicina, o número de processos por erros médicos cresceu 125% entre 2010 e 2015, mas mesmo assim parte dos profissionais responsáveis não assumem a culpa.       Outrossim, destaca-se a omissão de dados referentes ao doutor responsável como impulsionador do inconveniente. Consoante o sociológo Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. A partir dessa linha de pensamento, observa-se que os cidadãos são pouco informados quanto a reputação do competente da área da saúde com o qual irão realizar algum procedimento, pois grande parcela dos erros são ocultados pela mídia ou pelo próprio hospital local.       É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um corpo social mais íntegro. Dessa maneira, urge que o Ministério da Saúde, juntamente com o Conselho Federal de Medicina deve realizar uma investigação dos médicos que são frequentemente denunciados, para promover uma diminuição na morosidade da resolução de casos e impedir mais acontecimentos imprudentes. Além disso, os gestores do SUS (Sistema Único de Saúde) devem distribuir panfletos que abordem a importância em pesquisar a imagem dos médicos capacitados em postos de saúde e hospitais antes de uma consulta. A partir dessas ações, espera-se promover a toda a população o pleno usufruto do direito à saúde e à segurança.