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Enviada em: 02/09/2019

Notícias de erros médicos têm ganhado espaço na mídia com casos de pessoas que buscam ajustes estéticos e se submetem a profissionais não autorizados. Entretanto, faz-se necessário a análise individual de cada caso, pois muitos erros estão ligados a limitada infraestrutura de hospitais e aos poucos profissionais para atenderem a demanda.    Primeiramente, muitos Centros de Atendimento Médico estão em situação precária, onde os profissionais precisam lidar com a falta de instrumentos cirúrgicos, aparelhos de diagnósticos e, até mesmo, papel para receituário. Ademais, vários erros médicos estão relacionados, não ao despreparo profissional, mas a falta de materiais para a sua plena atuação, ora no diagnóstico da doença, ora na cirurgia. Esse fato é muito explorado na série "Sob Pressão'', da Rede Globo, que dramatiza a rotina dos médicos meio a falta de estrutura nos hospitais e a sobrecarga de trabalho.    Porém, muitos episódios estão relacionados ao exercício errôneo da profissão, causadas pela invasão de médicos que atuam em áreas as quais não estão habilitados. Isso, somado ao crescimento do mercado estético, faz com que muitas pessoas se submetam a procedimentos cirúrgicos por profissionais não especialistas. Por exemplo, em 2018 a bancária Lilian Calixto morreu por complicações após um procedimento estético feito na casa do próprio médico, que nem tinha habilitação na área plástica, como relatado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.    Portanto, para ponderar os limites do erro escuso ao erro médico criminal, o Conselho Federal de Medicina deve fiscalizar com mais incisão a atuação dos profissionais, por meio de atualização de seu código de ética e investigação individual de cada caso, ao qual proteja o paciente e o próprio médico, no que se refere a sua inocência. Somado a isso, o Governo Federal deve investir mais na infraestrutura dos hospitais, com reciclagem de aparelhos defasados, aumento no número de contratos de médicos, afim de atenuar a sobrecarga de trabalho e garantir a integridade da vida e saúde das pessoas que necessitam de apoio, meio a sua debilitação.