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Enviada em: 05/10/2019

A família, instituição basilar de toda e qualquer sociedade, teve sua gênese a partir do encerramento das relações sexuais endogâmicas incestuosas, por volta de 5.000 a.c. Destarte, a Constituição Federal Brasileira de 1988 define o conceito de família, bem como o seu papel no desenvolvimento psicossocial da criança e do adolescente. Não obstante, com o aumento dos divórcios, profundas transformações ocorreram nas relações familiares, e a reboque pode-se constatar a problematização nas relações parentais; uma vez que filhos de pais separados passaram a conviver com - praticamente - dois núcleos familiares distintos. Nesse sentido, convém analisarmos as principais causas, consequências e possíveis soluções para a mitigação do impacto da alienação parental na formação dos jovens.            Em primeira análise, embora seja uma conduta imoral e criminosa, pais divorciados se utilizam dos filhos como objeto de barganha para uma possível reconciliação ou como instrumento de vingança para atingir  emocionalmente seus antigos parceiros. Dessa forma,  debalde os filhos de uma relação mal sucedida, utilizados como espadas e escudos, se vêem envoltos em uma série de litígios no âmbito familiar, nas quais passam a servir como instrumentos de vingança e chantagens emocionais. Uma vez que, como em toda guerra, inexoravelmente, são os inocentes que pagam o maior preço pela irresponsabilidade e iniquidade alheia.              Em face desses óbices, marcas indeléveis são impressas na psique dessas crianças, as quais se vêem em meio a esse "fogo cruzado" de perversidades. Segundo o alemão Sigmund Freud, é a partir do desenvolvimento - abstrato e inconsciente - dos complexos de Édipo e de Electra que a criança constrói a idealização do modelo de relacionamento em seu devir. Indubitavelmente, esse constructo  deformado do modelo familiar torna a mente infantil um ambiente propício e fértil para uma gama de doenças psicossomáticas, as quais tem se tornado cada vez mais frequente entre crianças e jovens, pois segundo a OMS ( Organização Mundial de Saúde) três em cada dez indivíduos com idade entre quatro e dezesseis anos já apresenta algum tipo de distúrbio psico-neurológico.             Diante desse cenário, portanto, são necessárias medidas para redução de danos e, se possível for, extinguir essa prática perversa. Nesse contexto, os conselhos tutelares, bem como a sociedade civil organizada, deverão através de campanhas educacionais conscientizar os adultos para os perigos da alienação parental. Afinal de contas, com um ambiente familiar mais salutar, não apenas o núcleo familiar a qual o jovem pertence, como também toda a população será profundamente beneficiada em suas relações parentais e interpessoais de forma ampla e eficaz.