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Enviada em: 07/08/2019

O conto Sarapalha, do livro Sagarana de Guimarães Rosa, desenvolve-se num povoado devastado pela malária.Infelizmente, no século XXI ainda existem regiões devastadas por doenças negligenciadas, tal qual a malária.Hodierno, a indústria farmacêutica possui grande protagonismo na economia e política mundial,dessa forma, a relação entre saúde e mercado resultam em perigos significativos como a negligência de doenças.  A princípio, é necessário entender que as doenças negligenciadas são tratáveis e curáveis que normalmente afetam a população mais pobre localizada em países subdesenvolvídos.De acordo com o secretário geral do Fórum Global de Pesquisas em Saúde Louis Currat,"menos de 10% das verbas para pesquisa são destinadas a 90% dos problemas de saúde do mundo".Portanto,essas doenças não despertam o interesse da indústria farmacêutica para pesquisa e desenvolvimento de tratamento e vacinas.  Em contrapartida,seguindo a lógica de mercado, a indústria farmacêutica preza o desenvolvimento dos medicamentos cronificadores de doenças. Tais medicamentos não vizam a cura, apenas o tratamento dos sintomas durante o período de uso.Assim,o prêmio Nobel de Medicina Richard Roberts declara que os fármacos que não curam não são rentáveis e por isso não são desenvolvidos, concretizando assim, um ciclo vicioso de manutenção das doenças negligenciadas.  Destarte, urge o incentivo de pesquisas de doenças negligenciadas por parte do governo juntamente com a melhoria das condições de vida da população marginalizada,principalmete, na questão do saneamento básico. Dessa maneira, o governo federal em conjunto com o Ministério da Saúde deve investir em estudos universitários e incentivar instituições de pesquisas voltadas para doenças negligênciadas como a Fundação Oswaldo Cruz e a Iniciativa de Medicamento para Doenças Negligenciadas. Por conseguinte, a população marginalizada poderá distanciar-se cada dia mais da realidade do conto Sarapalha.