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Enviada em: 08/06/2019

Desde a Idade Antiga, o uso de medicamentos é praticado em vista de sanar um mal, que possa estar afetando um ou mais indivíduos. Atualmente, como consequência da Revolução Científica e Tecnológica, sabe-se as origens, causas e sintomas de muitos desses males. Além de que, para boa parte deles, há um suposto fármaco, como solução para o problema. Contudo, além da massiva produção farmacêutica, há um alto investimento em seu marketing, que tem se manifestado de maneira a induzir a muitas pessoas o uso indiscriminado e excessivo dos medicamentos. Isso acarreta diversos problemas, tanto para os indivíduos, quanto para o ambiente.    Primeiramente, um fármaco — termo que vem do grego "phármakon", um alimento ritualístico que poderia tanto manter a vida, como matar — é, de acordo com a Farmacopeia Brasileira, "um produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico". A isso, vale ressaltar que há uma produção de massa desses insumos e que, cada vez mais, estão sendo usados para tratar apenas sintomas, independentemente da ocorrência ou não de um problema de saúde. Isso está relacionado à quarta etapa de produção de medicamentos — o marketing e a comercialização — descrita por Jorge Bermudez, em sua crítica à política brasileira de medicamentos. Assim, com um alto investimento em propagar o alarde, até mesmo para os sintomas mais banais, muitas pessoas acabam por investir nessas drogas.    Dessa maneira, as medicações foram banalizadas, uma vez que se tornaram extremamente acessíveis à população geral, que passou a ser bombardeada com propagandas farmacêuticas, tornando comum o seu uso indiscriminado. O problema é que, tais insumos não podem ser tratados como simples produtos comerciais, pois, bem como o "phármakon", podem tanto curar, como matar. Além disso, em 2005, pesquisadores suíços encontraram concentrações de clofibrato (medicação para colesterol) na água dos rios, que havia sido excretada pelos indivíduos. Ainda, pela mesma causa, na Dinamarca, foram isoladas bactérias resistentes a antibióticos, em torno das fazendas de peixe. Assim, além de todos os problemas que o uso indevido de fármacos pode acarretar ao indivíduo, pode também intensificar a ocorrência de superbactérias e a poluição ambiental.    Portanto, nota-se que o problema está na publicidade farmacêutica e no consumo descontrolado de medicamentos. Assim, cabe ao governo adotar uma medida de controle do marketing de fármacos mais rigorosa, em vista de minorizar a "venda de doenças", por meio da promulgação de uma lei que a considere uma forma de exploração; bem como promover campanhas de combate ao uso indevido de medicações, em propagandas e matérias na grande mídia, que visem controlar seu consumo.