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Enviada em: 09/06/2019

O mundo hodierno vive o ápice da longevidade, em especial pelos avanços da medicina e melhor qualidade de vida. Enquanto no mundo antigo, fé e curandeirismo eram os poucos tratamentos acessíveis àqueles em busca de relento, existem hoje uma gama de tratamentos eficazes e de comprovação científica. Apesar disso, o setor farmacêutico sofre demonização de pessoas e organizações que questionam a necessidade de tantos medicamentos para uma vida saudável. pois pairam desconfianças sobre seu interesse puramente capitalista. Tal visão ignora diversos princípios, como o liberalismo descrito pelo filósofo Adam Smith, no qual é descrito a ação individual como egoísta, porém ao agir assim, beneficia o todo, caso da indústria de farmácos e a população em geral.        Em primeira análise, o conforto trazido pelos remédios não pode ser reduzido em generalizações de que se criam doenças para se produzir curas. O Sistema Único de Saúde oferece todos os essenciais preconizados mundialmente, e universalizou seu acesso. Por exemplo, conviver com dores tornou-se inaceitável, pois são facilmente tratáveis com analgésicos. Além desses, medicamentos como antibióticos curam doenças que dizimavam até mesmo ricos, caso de Dom Pedro II, que faleceu devido à tuberculose. A farmacoterapia permitiu diminuir a diferença de longevidade de estratos sociais distintos e, os perigos advindos da indústria farmacêutica não se sobrepoem aos inúmeros benefícios.        Há também argumentos de que o lobby das indústrias de saúde aumentam a automedicação e induzem a hipocondria. Afirmação, entretanto, sem evidências, pois inúmeras áreas não-químicas afins, como homeopatia e cirurgias espirituais, continuam a crescer pelo medo do adoecimento. Prova-se então que tentar uma saúde perfeita é um mal da modernidade, um perfeccionismo social. O fator que causa a automedicação é a falta de informação e dificuldade de acesso a saúde, com recursos governamentais limitados. Se questiona também o perigo de médicos serem corrompidos a prescrever certos medicamentos, porém não há sequer um acesso efetivo à consultas médicas.        Diante do exposto, infere-se que o mercado medicamentoso é sim, lucrativo, porém é essencial sua manuntenção e defesa, visto que o contrário apenas fomenta  tratamentos sem base científica e compra indiscriminada de remédios. Orgãos como a Anvisa, responsável pela saúde no país, devem ser fortalecidos e, para fornecer relatórios que permitam o controle e análise da saúde nacional, deve-se exigir um cadastro nacional de compras de fármacos. Todas as farmácias, neste sistema, exigiriam identificação do paciente e do médico que prescreveu a receita ou, no caso de ausência deste, informar que se trata de automedicação. Prognósticos assim podem levar ao desenvolvimento de planos eficazes que coibam possíveis excessos de medicação e melhora de políticas públicas de saúde.