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Enviada em: 14/06/2019

A partir da década de 1960, a Terceira Revolução Industrial transformou a realidade e desenvolveu os avanços tenológicos inerentes à vida no século XXI. Entre as inovações desse advento, encontra-se a evolução descomunal que a química fina atingiu, juntamente da disseminação e maior acessibilidade da população às farmácias. Entretanto, apesar de esse aparentar um panorama extremamente promissor, o desenvolvimento exacerbado e o poder conquistado pela indústria farmacêutica gera, hoje, muitos distúrbios, que ameaçam não só o homem como indivíduo, mas como sociedade.       A medicalização da vida é um fenômeno inerente à modernidade, já que o acesso vultoso aos fármacos é recente, e trata do consumo desenfreado de um grande contingente de medicamentos, em geral sem nenhum aval médico. Ademais, esse cenário exprime o "modus operandi" da indústria farmacêutica, que estimula um consumo exacerbado de drogas pela sociedade, ora a partir das incessantes propagandas midiáticas que inundam a televisão e a internet, ora pela oferta simplista e deliberada de medicamentos expostos nas drogarias, tal como em uma quitanda, dispensando receitas médicas em mais de 40% dos medicamentos, de acordo com a Anvisa. Por conseguinte, explicita-se que o interesse privado dessas indústrias é o que movimenta e sustenta esse poderoso e desregulado comércio, já que são os donos dessas organizações os maiores beneficiários desse ínterim, ao fomentarem um consumo excessivo e descontrolado de medicamentos pela população.       Cabe ressaltar, ainda, que as indústrias farmacêuticas ampliam suas áreas de atuação ao se mancomunarem frequentemente com médicos, de forma que estes passam a serem os principais "patrocinadores" dessas grandes empresas, e elas a pagarem comissões para que doutores prescrevam indiscriminadamente suas marcas. Assim sendo, esse modelo corruptivo travado entre doutores e as indústrias é responsável tanto por lesar  princípios de livre mercado, como os direitos do paciente de obter o melhor fármaco para seu quadro clínico, e não um resíduo, a ele imposto, que é fruto de uma relação que atenta contra a ética médica e farmacêutica.       Em suma, pode-se concluir que para coibir a imoralidade capitalista, incutida no cerne das grandes indústrias farmacêuticas, como retratado anteriormente, se faz necessária uma coadunação entre o Ministério da Saúde e o Estado. A atuação dessas instituições deve partir de um acesso direto, via portal online, dos remédios receitados por médicos, para que se possa vir a identificar padrões repetitivos na prescrição de medicamentos, além de recrudescer a burocracia no que tange a comercialização de fármacos. Dessa forma, visa-se tanto a punição de médicos e empresas que se valham dos pactos ilícitos, como mitigar a coerção da indústria farmacêutica sobre seus consumidores.