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Enviada em: 14/06/2019

No filme “Amor e outras drogas” (2010), o representante de medicamentos Jamie Randall por meio da dissimulação, ao forçar médicos a comprarem remédios da marca que ele vende, apresenta ao espectador como funciona a indústria farmacêutica, a qual revela-se em um cenário hipócrita onde os remédios são tratados de forma puramente mercantilista. Dessa forma, pode-se evidenciar alguns perigos do mercado de fármacos, como seu viés capitalista, a responsabilidade e ética de médicos, e a necessidade de drogas paliativas para controle de efeitos colaterais de outras.     Primordialmente, é imperioso salientar que o capítulo VIII, artigo 68 do Código de Ética Médica, veda o exercimento de interação ou dependência da indústria farmacêutica, quaisquer sejam suas instâncias pelo profissional da medicina. No entanto, em “Geração Prozac” livro autobiográfico de Elizabeth Wurtzel, autora e personagem da obra de 1994, há uma analogia a farmácias como “bocas de crack” e médicos como “traficantes”, ponto no qual a paciente fica alheia quanto a ética médica e sua segurança ao se medicar.     Outrossim, é evidenciado ainda em “Amor e outras drogas”, a luta da personagem Maggie Murdock, que sofre com o Mal de Parkinson e se vê obrigada a tomar medicamentos que, não só trate do Mal, como também dos efeitos colaterais por ele provocados. Nessa conjuntura, notabiliza-se o círculo vicioso em que o paciente necessita comprar e usar uma medicação para aliviar o efeito colateral de outra. O que pode ser comprovado, segundo a revista Super Interessante, pelo majoritário controle de 70% dos estudos e testes de novas drogas por empresas terceirizadas nos EUA.     Portanto, é mister que o Estado tome providências para superar o problema e melhorar o quadro atual. Ao averiguar a ficção em analogia com a realidade, depreende-se os perigos da indústria farmacêutica. Logo, compete ao Ministério Público transferir a autonomia dos estudos e testes de fármacos, para centros de saúde acadêmicos, em vista do domínio prejudicial exercido por empresas farmacêuticas, através de um projeto de lei que lhe dê soberania ao regulamentar e fiscalizar. Nessa conjuntura, mitigar os perigos do mercado de fármacos, com a fiscalização adequada do poder público, a partir de ações governamentais efetivas com a ANVISA, como visitas arbitrárias e relatórios periódicos acerca do desenvolvimento das pesquisas e coleta de material produzido, de modo a melhorar o cenário hodierno.