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Enviada em: 24/06/2019

Os avanços tecnológicos e científicos ocorridos, principalmente, no século XX possibilitaram o desenvolvimento de vários medicamentos e a consequente melhoria da qualidade de vida da população. Entretanto, a venda indiscriminada de remédios, fomentada pela indústria farmacêutica, a automedicação e a desinformação de parcela da sociedade pode ser bastante perniciosa para a  saúde das pessoas. Nesse sentido, fatores de ordem econômica e educacional caracterizam a problemática.      É importante pontuar, de início, a constante necessidade de lucro dessa indústria que, muitas vezes, sobrepõe o respeito à vida. Apesar dos efeitos colaterais causados por vários medicamentos, uma vez que tratam uma enfermidade, mas afetam outra parte do corpo, seu uso ainda é incentivado em propagandas e sua compra é permitida sem muita burocracia nas farmácias. Isso se deve graças à vasta influência econômica da indústria farmacêutica, inclusive nas faculdades de medicina, que, em alguns casos, financiam médicos para que esses prescrevam vários remédios para os pacientes. Tal fator pode ser ratificado pela reportagem do site "gauchazh", cuja investigação revela como laboratórios pressionam profissionais em troca de prescrições.         Outrossim, vale ressaltar a falta de informação de grande parte da população, seja pelo fato de serem leigos, seja pelo sigilo dessas ações criminosas da indústria farmacêutica. Uma vez que esse assunto é muito negligenciado nas escolas e na própria família, as pessoas deixam de se informar a respeito dos riscos dos remédios e não entendem a gravidade da automedicação. Prova disso é o documentário "Curas Proibidas" do Dr. Lair Ribeiro que revela a vasta influência da indústria farmacêutica na população e critica a não valorização por parte dessa do bem estar e da saúde das. Logo, percebe-se a importância de uma educação que leve à autonomia e ao engajamento do indivíduo, tal como defende o educador Paulo Freire.       É notória, portanto, a relevância de fatores de ordem econômica e educacional na temática supracitada. Nesse viés, cabe ao Governo, a partir de seus órgãos responsáveis, o papel de aumentar a fiscalização da relação entre laboratórios e médicos a fim de evitar subornos e prescrições indevidas, a qual contraria o Código de Ética Médica. Tal medida pode ser efetivada por meio da criação de órgãos que recebam denúncias desses casos e levem à justiça e da visita periódica de agentes de fiscalização aos consultórios para averiguar irregularidades. Ademais, é fundamental que a escola, em parceria com a família, promovam a informatização do jovens sobre o assunto e incentivem a busca pelo conhecimento dos efeitos e malefícios do uso incorreto dos medicamentos. Essa proposta pode ser efetuada a partir de trabalhos com pesquisa, palestras, debates em sala e diálogos esclarecedores.