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Enviada em: 06/07/2019

Durante a Idade Média, a igreja católica perseguiu aqueles que conheciam e usavam as propriedades medicinais de ervas para curar doenças, acusando-os de praticar magia oculta. Analogamente, na contemporaneidade, a indústria farmacêutica adquiriu esse papel de vilã ao colocar os interesses monetários como prioridade e, com isso, causar danos à saúde pública. Nesse viés, cabe analisar como a automedicação e os diagnósticos irresponsáveis colaboram com esse cenário.        Em primeiro lugar, é notável que o uso indiscriminado de remédios por conta própria favorece o ramo farmacêutico e desfavorece a saúde em geral. Isso ocorre pois, devido a complexidade dos sistemas humanos, sintomas comuns como, por exemplo, a tosse, pode significar inúmeras doenças que exigem diagnóstico de profissionais da saúde e, ao tratar somente os sintomas, é possível que o indivíduo esteja mascarando uma enfermidade mais grave. Nesse sentido, confirma-se tal cenário ao analisar, por exemplo, as inúmeras propagandas de remédios de livre circulação que prometem aliviar qualquer sintoma desagradável, mas, muitas vezes, sem enfatizar os riscos desse comportamento, como efeitos colaterais, o que causa, consequentemente, danos à saúde em geral a longo prazo.        Por outro lado, a banalização de doenças feita por profissionais da área médica corroboram com esse cenário. Isso ocorre porque, muitos médicos, por meio de análises simplórias dos pacientes, receitam medicamentos desnecessários, o que pode ser danoso ao usuário e, ao mesmo tempo, beneficia a indústria farmacêutica que lucra sobre essa prática. Nessa perspectiva, percebe-se uma consequência desse cenário ao analisar a droga Talidomida, que foi prescrita às gravidas para o tratamento do enjoo e, logo depois, percebeu que esse fármaco possuía um isômero ótico, substância de mesma composição mas de diferente estrutura, que causa danos aos fetos e, então, nasceram vários bebês deformados.        Fica evidente, portanto, que a automedicação e a prática médica irresponsável beneficiam a indústria de fármacos ao passo que desfavorece os cidadãos. Em razão disso, é dever do Ministério da Saúde instruir a população, por meio de palestras ministradas por profissionais da saúde em prédios públicos e aberta a todos, a respeito dos riscos do uso indiscriminado de fármacos, a fim de coibir tal prática. Cabe, também, ao Conselho Federal de Medicina, orientar, por meio de conferencias pelo país, a prescrição responsável de medicamentos, de modo que os médicos evitem diagnósticos incorretos e danos ao paciente. Sendo assim, é possível utilizar os avanços medicinais para o bem-estar de todos os indivíduos e não como instrumento de lucro para alguns.