Enviada em: 10/07/2019

O lendário psicanalista Sigmund Freud sofria de um severo câncer no palato e após inúmeras e dolorosas cirurgias, pediu ao seu médico que aplicasse uma dose excessiva de morfina para assim, pôr fim ao massivo sofrimento, o que foi a causa do falecimento do icônico Freud. Paralelamente, é fato que hodiernamente, a auto-medicação cresce pelo mesmo motivo que levou o psicanalista a realizar o pedido ao seu médico: findar a sofrença. Desta forma, a população acaba por possuir fácil acesso a medicação e como consequência a dependência ao fármaco.     Em primeiro lugar, é importante destacar que a precariedade do sistema de saúde do país é o principal responsável pelo fácil acesso a medicação, isto é, diante da complexidade em obter consulta com um médico especialista, as farmácias acabam por viabilizar o medicamento desejado. Para exemplificar, tem-se a pesquisa feita pelo jornal Datafolha, no qual confirma o que já foi citado: ''Conseguir uma consulta com um médico especialista é considerada a tarefa mais difícil para o paciente do SUS, o Sistema Único de Saúde''.    Por conseguinte, presencia-se o vício aos medicamentos. Em outras palavras, a facilidade ao obter medicação acaba por criar no indivíduo a ideia de que o mesmo é capaz de solucionar o problema. Logo, qualquer mal-estar  é motivo para ingerir medicação. Paralelamente, tem-se o filósofo Zygmunt Bauman com a ideia de que o ser humano substitui o futuro pelos prazeres instantâneos. Em outras palavras, a medicação instantânea busca apenas satisfazer, isto é, amenizar a dor temporária.   Portanto, é mister que o Estado tome providências para amenizar o quadro atual. Para o melhor atendimento da população diante do SUS, urge que o Ministério da Saúde por meio de verbas governamentais invista massivamente na melhora ao atendimento do cidadão perante as consultas médicas. Assim, o ocorrido com Freud não tornara-se na realidade do brasileiro.