Materiais:
Enviada em: 12/07/2019

É possível, por intermédio da linguagem simples e coloquial do poema "Tinha uma pedra no meio do caminho" de Carlos Drummond de Andrade, fazer uma analogia a respeito dos perigos da indústria farmacêutica. Nessa conjuntura, a problemática atua e repercute no cotidiano dos brasileiros como um verdadeiro obstáculo social a ser superado. Contudo, percalços como o descaso governamental e a antiética da indústria farmacêutica dificultam sobrepujar dessa adversidade.           De início, é importante pontuar que as políticas públicas têm papel fundamental na superação desse revés. Segundo Aristóteles, o Governo deve, acima de tudo, garantir o bem-estar da sociedade. Porém, por vezes, nota-se o descaso das autoridades públicas para com o conforto da população, pois mesmo diante da era das fake news, em que notícias falsas são divulgadas a todo instante, o Brasil ainda não conta com uma lei para punir quem as divulga. Nesse sentido, a inoperância legislativa fere os princípios aristotélicos, haja vista que essa falta de atitude pode causar danos e prejuízos, irreversíveis, à sociedade.           Ademais, a antiética farmacêutica contribui para a acentuação da problemática. O crescimento e a difusão exponencial das novas tecnologias e do livre acesso à informação teve como consequência a formação de uma nova doença da era moderna, a cibercondria. Essa, por sua vez, consiste na substituição da ida do indivíduo ao médico pela pesquisa feita ao Dr. Google, em muitos casos, a busca por sintomas na internet é seguida também pelo autodiagnóstico e a automedicação. As indústrias farmacêuticas ao invés de exigirem, nesses casos, prescrições médicas incitam, mediante propagandas e anúncios, à compra de remédios "milagrosos" que prometem curar e melhorar a saúde do indivíduo em vários aspectos sem ao menos uma comprovação científica desses medicamentos.               Conclui-se, diante do exposto, que a indústria farmacêutica precisa reformular sua ética de mercado. Sendo assim, com a finalidade de minimizar, se possível erradicar esse mau, urge que o Poder Legislativo, por meio da criação de leis, proíba e puna, com a ajuda de agentes fiscalizadores, as farmácias que vendem medicamentos sem prescrições médicas. Ainda assim, leis devem ser criadas com o intuito de exigir, no rótulo das embalagens, a comprovação científica dos chamados medicamentos "milagrosos". Dessa forma, essa pedra, que são os perigos da industria farmacêutica, poderá ser removida do caminho social.