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Enviada em: 20/08/2019

Muito se discute acerca do aumento no número de pessoas com transtornos de saúde mental em todos os países do mundo. Essa controvérsia torna-se mais relevante quando se expõe a influência da indústria farmacêutica nas decisões e na formação dos médicos. Em 1910, nos Estados Unidos, a família Rockfeller manipulou as faculdades de medicina, através do Relatório Flexner, a tornarem o ensino farmacológico o único válido no meio acadêmico. Esse debate, portanto, transparece os riscos à saúde pública surtido pelo desenfreado desejo de lucro da indústria farmacêutica.     Essa problemática de caráter social, remonta a ação do capitalismo americano, durante o século XX, no padrão de vida dos brasileiros. No Brasil, a indústria farmacêutica arrecada milhões de dólares na vendagem de produtos à base de metilfenidato, "a pílula da inteligência", valendo-se das exigências mercadológicas do próprio capitalismo para estimular estudante e trabalhadores a consumirem o medicamento. Tal fator é ratificado pelo sóciologo Karl Marx na teoria da Mercadoria Fetiche, expondo a compulsividade em comprar um produto que atenda as demandas da indústria e não do indivíduo.      Somado a isso, as imperfeitas simulações da realidade expostas pela indústria farmacêutica e pela mídia, como por exemplo: "pílulas da inteligência", "comprimido que da disposição", "dieta milagrosa". O alto investimento dessas indústrias em antidepressivos e ansiolíticos expôs a sociedade médica à questionamentos éticos pela influência do simulacro do capitalismo em busca apenas do lucro. Seguindo essa premissa, o predomínio da exterioridade sobre as relações dos indivíduos os tornam vítimas da ''Hiper Realidade", teoria do sociólogo Jean Baudrillard o qual aborda a falsa noção do realismo à sociedade. Diante de tais argumentos, a discussão acerca dos impactos sociais causados pela persuasiva influência da indústria farmacêutica na comunidade persiste.     Com o intuito de reduzir os efeitos abusivos da indústria farmacêutica no cotidiano da sociedade, é adequado que o cidadão esteja instruído acerca da saúde pública. Além disso, é oportuno que a ética médica seja prioridade nas condutas tendo em consideração a indústria farmacêutica. Tais finalidades podem ser obtidas através do Ministério da Saúde por meio de campanhas, lúdicas e conscientizadoras, na mídia, escolas e empresas, bem como ações educacionais, em parceria com o terceiro setor, nas faculdades de medicina visando a prevalência da ética nesse setor. Dessa forma, a indústria farmacêutica cumprirá seu papel na sociedade de forma sustentável.