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Enviada em: 15/08/2019

É notória a grande expansão de drogarias pelas cidades brasileiras, reflexo da alta procura pela população. Tal demanda aumenta devido a diversos fatores como maior incidência de doenças e, certamente, pelos avanços científicos que promovem a criação de diversos medicamentos com maior rapidez. No entanto, essa alto oferta promove, muitas vezes, a automedicação e o surgimento de novos remédios de forma desenfreada, fatores que podem trazer malefícios aos consumidores.   No final dos anos 50, o SUS (Sistema Único de Saúde) ofereceu para as gestantes a talidomida, que, à princípio, era dada como uma droga que funcionaria para o bem estar da grávida, mas, pelo contrário, agiu gerando complicações que ocasionaram deformações nos bebês. Esse acontecimento obteve muita repercussão no país, colocando em dúvida a eficiência da indústria farmacêutica e os testes dos órgãos governamentais de vigilância. Por esse motivo, é essencial que haja mais rigor ao disponibilizar uma droga para o público, tendo em vista os danos que essas substâncias podem ocasionar.   Ainda no que se refere aos possíveis riscos para a sociedade, a medicação sem indicação de um profissional qualificado é cada vez mais comum. No Brasil, estima-se que 80% da população se automedica, de acordo com o ICTQ (Instituto de pós-graduação para profissionais do mercado farmacêutico). Essa atitude pode potencializar uma doença e possibilitar o surgimento de superbactérias (microrganismos muito resistentes), caso feita de maneira incorreta, fato que é muito comum.  Portanto, é fundamental criar medidas de forma a atenuar os perigos da oferta do mercado farmacêutico. Para tanto, cabe a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) intensificar os testes de segurança das drogas antes de autoriza-las para o comércio, com o intuito de certificar a eficácia e os efeitos colaterais que podem surgir. Por fim, cabe aos legisladores discutirem acerca de um projeto que garanta maior controle sobre a compra de remédios de tarjas preta, vermelha e antibióticos em geral, por intermédio de, por exemplo, criar a obrigatoriedade da introdução de data de validade nas receitas para que o paciente não se medique por conta própria em caso dos sintomas ressurgirem.