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Enviada em: 03/10/2019

De acordo com a Constituição Federativa Brasileira, promulgada em 1988, é previsto o direito à segurança, habitação, educação e saúde. No contexto atual, entretanto, tal cenário idealizado não se estende ao combate dos perigos da indústria farmacêutica, de modo que representa um retrocesso salutar ao país. Nesse sentido, convém analisar como a automedicação e a dependência química são refletidos na sociedade.    Em primeiro lugar, o aumento do tratamento por conta própria, através de remédios não receitados, pelos tecido social apresenta-se como relevante para ascensão do mercado farmacêutico. Isso acontece, pois a facilidade de comercialização dos medicamentos impulsiona a propagação dessa cultura, que, de acordo com uma pequisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia, é hábito comum à 77% dos brasileiros. Dessa maneira, a existência de falhas na base educacional corrobora para permanência dessa herança histórica que impacta, negativamente, a área da saúde no país.   Por conseguinte, a influência da indústria de fármacos cria nos brasileiros, diretamente, a dependência por medicamentos dispensáveis. Isso é afirmado, uma vez que o Brasil ocupa a oitava posição no ranking mundial do mercado farmacêutico, como apontado pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa. Dessa forma, é insustentável a preferência da propagação do capitalismo em detrimento do bem-estar da população, visto que contradiz os direitos assegurados na Constituição.    Fica evidente, portanto, que os perigos do empreendimento farmacêutico são espelhadas na questão salutar do tecido social. À vista disso, faz-se necessário que o Ministério da Saúde, em parceria com os centros educacionais, abordem sobre os perigos da automedicação, por meio de campanhas e palestras, com participação de profissionais médicos, a fim de criar uma sociedade mais crítica e consciente. Além disso, o PROCON (Programa de Proteção ao Consumidor) deve regulamentar a atuação do mercado de remédios, através  de normas de maior rigor ligadas à propaganda, com o objetivo de filtrar as informações destinadas ao consumidor. Somente assim, as atribuições constitucionais deixarão de serem teóricas.