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Enviada em: 27/10/2017

Segundo Sartre, filósofo francês, o ser humano é livre e responsável; cabe a ele escolher seu modo de agir. Nesse sentido, com o avanço do capitalismo,  recai sobre os indivíduos o compromisso de preservar e não multiplicar notícias falsas. No século XXI, a preocupação com os efeitos negativos das "Fakes News", oriundos da propagação do conceito de "pós-verdade", bem como do desconhecimento popular do caráter criminoso relacionado com a circulação de mensagens mentirosas, são reflexos dessa realidade.       A princípio, o problema reside na superficialidade da percepção informativa que grande parte da sociedade se condiciona. Sob essa conjectura, o fenômeno da pós-verdade, que é caracterizado pela falta de análise e aprofundamento do conteúdo de algo disseminado em um ambiente virtual,  gera inúmeros problemas para o convívio social, pois corrobora para ampliação e distribuição das notícias sem veracidade. Exemplo da consequência desse mecanismo aconteceu no Rio de Janeiro em 2014. Neste ano, Fabiane de Jesus, moradora do Guarujá, foi confundida com uma raptora de menores e sumariamente linchada e morta pela população, sendo tudo isso provocado por um boato nas redes sociais. Nesse contexto, é importante que todos indivíduos, detentores de algum tipo de informação, busquem se aprofundar em toda e qualquer forma de notícia.       Outro fator preocupante está relacionado com o desconhecimento da população sobre a prática delituosa de disseminar informação deturpadas. Sob esse ângulo, o Marco Civil da Internet, aprovado em 2015, prevê as normas e punições para os crimes de difamação, calúnia e injúria produzidos  na rede mundial de computadores. Cabe salientar que grande parte dessas infrações são cometidas com a falsa ilusão de que a internet produz o anonimato do criminoso. Entretanto, Hélio Bressan, especialista em segurança da internet, afirma que ninguém consegue ficar no anonimato quando circula pelas mídias sociais, pois todo equipamento conectado possui um código que o identifica na rede, geralmente chamado de "IP". Dessa forma, cabe  apenas às autoridades policiais investigarem a origem desses crimes.       O combate as notícias falsas, portanto, deve tornar-se efetivo, uma vez que representa um retrocesso social. Desse modo, urge que a imprensa televisiva, por meio de campanhas e ações, explique o conceito de pós-verdade e estimule a população pela busca e aprofundamento das informações, com fito na redução de boatos. Além disso, o Executivo Estadual deve criar delegacias especialização em crimes virtuais, com a finalidade de investigar e punir os criminosos, com o objetivo de reduzir a impunidade e também a ideia de falso anonimato nas redes sociais.