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Enviada em: 27/10/2017

Durante boa parte da história, o homem teve um acesso restrito às informações. Na Idade Média, por exemplo, os livros eram exclusividade da nobreza e do clero. A invenção da imprensa no século XV, por Gutenberg, porém, democratizou a informação, gerando, mais tarde, outros meios de veiculação de notícias, nos quais muitas delas são propagadas parcialmente, mostrando-se um grave problema à sociedade democrática.       Em primeiro plano, as "fake news" funcionam como uma espécie de discurso de controle. De acordo com o sociólogo Michel Focault, a forma como o locutor escolhe suas palavras impõe uma verdade aos seus interlocutores. Nessa perspectiva, as fontes que veiculam inverdades acabam por influenciar as ações de quem as lê ou as escuta, mesmo que esses não tenham provas concretas sobre tal. A exemplo disso está o caso que ficou conhecido em todo o Brasil, de Fabiane Maria de Jesus, no Guarujá, que foi espancada até a morte por moradores, após espalharem um boato, logicamente falso, sobre a mesma.       De outra parte, as inverdades disseminadas podem prejudicar os interesses nacionais. Alguns episódios  que ocorreram na política mundial estavam intimamente ligados às notícias falsas que circulavam na época. A semana do impeachment da ex-presidente Dilma, por exemplo, foi recheada de informações falsas. De acordo com a BBC Brasil, 3 das 5 reportagens mais compartilhadas no Facebook não eram verdadeiras. Existem, inclusive, "fábricas" de notícias falsas do mundo da política, identificadas pela Folha de São Paulo, no interior de Minas Gerais. Isso gera uma manipulação da massa e de resultados importantes.     Nota-se, portanto, que a cultura da desinformação precisa ser combatida. Para tal, agências especializadas em "fast-checking", tal qual a Agência Lupa, devem ensinar os cidadãos a checarem os comunicados veiculados, por meio de campanhas que mostrem, por exemplo, qual o tipo de fonte e linguagem no qual se deve confiar, para que cada um se torne verificador de informações e evite disseminar falácias pelas redes sociais.