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Enviada em: 27/10/2017

Propaganda eleitoral na era das "Fake News"       O Ministro da Propaganda nazista, Joseph Goebbels atestou que “uma mentira dita mil vezes torna-se uma verdade”. Essa afirmação, assim como seus princípios de propaganda, mostra-se válida ainda hoje, onde a demagogia e a manipulação de dados são fundamentais nas campanhas políticas, configurando- se como obstáculo para a renovação política do país. Tal problema, surge tanto pela falta de limites claros - na legislação - para essas campanhas, quanto pelo recente uso das redes sociais como ferramenta de manipulação, denotando a necessidade da imposição de limites claros para o uso destas.        Se até poucos anos atrás a propaganda eleitoral estava vinculada – principalmente – à grande mídia, o surgimento e a popularização das redes sociais alterou profundamente essa relação. Nesse contexto, o marketing político, que, mesmo em um cenário de regulação por parte da justiça utilizava de demagogias e falácias para convencer o eleitor, tem se aproveitado da “terra sem lei” que são as redes sociais para se apoiar cada vez mais nas “Fake News” e pós-verdades com o objetivo de angariar votos. O ápice dessa estratégia foi a eleição de Donald Trump nos EUA, que não com argumentos, mas com pós-verdades, venceu a eleição.        Segundo pesquisa do Ibope, 56% dos brasileiros disseram serem influenciados pelas redes sociais na hora de votar. Segundo Durkheim o meio influencia a maneira de como o indivíduo pensa e age, isto é, em um meio no qual a pessoa é constantemente bombardeada com informações, ela é levada a toma-las como verdadeiras e passa a agir de acordo. Assim, o apoio à políticos aumenta conforme suas mentiras tornam-se mais elaboradas, levando à desracionalização da política e a consequente deterioração da democracia.        Infere-se, portanto, que a propaganda eleitoral sem limites se faz inimiga da própria democracia. Sendo assim, cabe ao Congresso Nacional criar uma legislação que limite o uso indiscriminado das redes sociais para evitar o uso de ferramentas perversas. Além disso, à escola cabe conscientizar os alunos para que eles não caiam nas armadilhas da propaganda eleitoral. Assim, não se permitirá que o legado de Goebbels se perpetue na propaganda política.