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Enviada em: 28/10/2017

Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, em sua obra "Em busca da política", nenhum país que esquece a arte de questionar pode esperar encontrar respostas para as adversidades que o afligem. Nessa perspectiva, tornam-se passíveis de discussão os perigos enfrentados, hoje, pela sociedade brasileira, em plena era da informação, no que tange à divulgação das fake news. Logo, poder público e coletividade devem unir forças objetivando combater esse problema social.    Ainda fazendo uso da sociologia baumaniana, é fato que a velocidade de criação e de divulgação de notícias pela internet na pós-modernidade corrobora com o grande volume de informações e, também por isso, com o conhecimento superficial destas pela população. Dessa forma, os meios de comunicação da atualidade são terreno fértil para a propagação de notícias falsas. Nesse sentido, é imprescindível que o governo brasileiro intervenha nesse cenário, posto que, a disseminação de calúnias através dos meios de comunicação causa, muitas vezes, danos irreparáveis às suas vítimas. Prova disso aconteceu com uma dona de casa no Guarujá, a qual, por conta de boatos que circulavam nas redes, foi brutalmente assassinada por vizinhos que a confundiram com uma sequestradora de crianças.    Sob esse viés, ressalta-se também que os perigos das fake news são reais porque existem receptores que acreditam e que replicam de forma não criteriosa tudo o que vêem ou lêem. Afinal, se o questionamento da veracidade sobre o que é publicado em canais, como Facebook e Whatsapp, fosse um hábito, a desinformação seria mais facilmente evitada e o direito de defesa das vítimas de difamações assegurado. Essa irresponsabilidade individual perante à, já citada, indigesta sopa de informações é, por isso, um erro frequentemente cometido pela sociedade, a qual tem o dever inadiável de combatê-la.    Urge, portanto, que medidas sejam tomadas com vistas a frear a propagação das notícias falsas. Para tanto, é indispensável a aprovação, por parte do Congresso Nacional e do Poder Executivo, do projeto de lei que incrimina de forma expressiva os autores e divulgadores de informações falsas na internet. Ademais, cabe ao Ministério da Educação incluir a educação digital como matéria no currículo dos estudantes brasileiros, para que todos, desde cedo, possam agir de forma responsável diante do que se propaga nas redes. Deste modo, observada uma ação conjunta entre instituições públicas e sociedade civil, o brasil terá um meio virtual livre dos perigos das inverdades, ou seja, um meio virtual mais justo e seguro.