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Enviada em: 30/10/2017

Na Grécia Antiga os sofistas utilizavam da retórica para convencer os cidadãos na ágora das questões políticas da época. Entretanto, esse poder de persuasão era acompanhado por um conhecimento falso, utilizado apenas para enganar a população. Embora date de milênios passados, essa problemática sobre disseminar informações inverídicas, ainda é persistente na sociedade contemporânea, sendo imprescindível analisar os fatores que estimulam esse quadro.            A princípio, o sociólogo Zygmunt Bauman defende, na sua obra "Modernidade Líquida", que o imediatismo é uma das principais características da pós-modernidade. Sob tal ótica, nota-se que as informações errôneas encontram um cenário favorável para crescer e produzir em larga escala, haja vista que a sociedade é adepta a um conhecimento rápido e prático, sem a preocupação em analisar a veracidade das notícias. Assim, o mercado da "fake news" dissemina para o público centenas de informações infundadas, alimentadas pela alienação e imediatismo da população.              Em detrimento dessa questão, negar à examinar a origem e a verossimilhança de uma notícia é acarretar graves consequências para a sociedade. À vista disso, um exemplo marcante, mundialmente foi a liberação da fosfoetanolamina em 2016, no Brasil, sendo uma pílula que curaria o câncer. No entanto, foi um falso conhecimento sem testes de segurança e eficácia, promovendo, assim, falsas esperanças para os indivíduos, como também, colocando a saúde da população em risco. Outrossim, um caso fatal ocorrido em São Paulo devido aos falsos boatos da web, foi o espancamento até a morte de uma moradora acusada em informações infundadas de estar envolvida em magia negra com crianças.           Destarte, torna-se evidente, o perigo das falsas notícias na pós-modernidade, sendo imprescindível medidas eficazes para combater esse cenário. Para isso, é imperativo que o Estado promova em maior número delegacias especializadas em crimes virtuais, para amparar as vítimas acusadas ou envolvidas em situações desfavoráveis proporcionadas pelas notícias falsas, dessa maneira, impedindo a continuidade desse quadro. É imperativo, ainda, que o Estado, na figura do Ministério da Educação realize nas escolas e universidades campanhas periódicas, em que estimule nos indivíduos a análise na veracidade das informações presentes na web, assim elucidando a sociedade e minimizando os impactos originados por esse mercado.