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Enviada em: 29/10/2017

A revolução tecnocientífica inaugurou um novo paradigma social a nível mundial. Marco importante desse processo, a criação do primeiro computador por Alan Turing deu início a uma era marcada pela facilidade de comunicação e de informação. Diante de tal contexto, a internet, por meio da qual a chamada "era da informação" torna-se viável, desponta como sustentáculo desse novo cenário. Em contrapartida, inúmeros fatores tornam questionável sua capacidade de propagar informações, dentre os quais se destacam as "fake news", que oferecem inúmeros perigos ao indivíduo e à sociedade.        Com efeito, o crescimento da propagação das notícias falsas no meio virtual está relacionado a um problema social recorrente: a educação digital deficitária. Segundo Bourdieu, espaço social configura-se como a rede simbólica multidimensional por meio da qual interagem os atores sociais. Sob essa perspectiva, com os avanços tecnológicos, esse espaço alterou-se profundamente, o que exigiu dos indivíduos novas habilidades para interagirem apropriadamente nessa nova dimensão da social. Logo, uma vez garantida a educação digital, o compartilhamento de notícias falsas e os perigos oriundos disso seriam reduzidos drasticamente, uma vez que elas seriam facilmente reconhecidas por atores sociais mais críticos e hábeis.        Ademais, a premissa da era digital está intrinsecamente relacionada não só ao aumento da capacidade de obter conhecimento e informação mas também ao crescimento da participação cidadã. No entanto, a geração e a disseminação de notícias falsas, extremamente vantajosas economicamente para que as produz, vão de encontro a essa realidade, indicando uma dinâmica social contraditória. Esse quadro, pois, produz diversos perigos, uma vez que afeta negativamente a construção da opinião pública, além de prejudicar o acesso a informação, impedindo o pleno exercício da cidadania. Numa esfera individual, esse cenário, não raro, compromete a reputação e propaga informações caluniosas, o que pode abalar severamente a vida pessoal de quem se noticia.        Portanto, medidas devem ser tomadas para reverter esse quadro. Para isso, é papel da escola promover a educação digital. Esse incentivo ao uso adequado do meio virtual deve acontecer por meio de aulas de informática que conciliem o conhecimento técnico a noções sobre segurança e comportamento na internet, além de contar com seminários e aulas práticas orientadas. A finalidade dessa medida é desenvolver a criticidade nos alunos no meio virtual, os quais certamente serão usuários mais responsáveis. Somente assim, por meio da educação, é provável que, no futuro, haja menores índices de compartilhamento de notícias faltas e seus perigos decorrentes sejam atenuados.