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Enviada em: 30/10/2017

A deformação da notícia   Notícias falsas, fake news ou ‘’hoax’’, em sua versão digital, são inverdades, mas que aparentam serem verídicas, criadas com o intuito de denegrir ou lucrar com o seu espalhamento na sociedade. Nesse sentido, observa-se que a recorrência dessa problemática tem sido cada vez mais comum no corpo social, aumentando o número de vítimas devido, sobretudo, à facilidade proporcionada pela internet na disseminação de boatos e à carência de uma educação digital entre os indivíduos.     A partir do século XXI, com a popularização da internet e advento das redes sociais, essa passou a realizar um papel antes do rádio e televisão: propagar notícias e acontecimentos. No entanto, o ambiente virtual – possuidor de rápida disseminação de informações – tornou-se um meio fértil para a divulgação de notícias falsas, em que se gerou um verdadeiro mercado de fakes news, cujo objetivo principal é a obtenção de cliques, em detrimento da criação de inverdades envolvendo indivíduos, podendo gerar consequências irreparáveis. No Guarujá, por exemplo, uma mulher foi espancada até a morte após a circulação de boatos a envolvendo no sequestro de crianças. Em linhas gerais, comprova-se a afirmação da escritora Letícia Pinheiro, ao inferir que a mídia forma, informa e deforma.    Sob esse viés, é evidente que o principal fator colaborador dessa problemática é a falta de discernimento dos indivíduos quanto à legitimidade de uma informação. Como prova disso, segundo pesquisa feita pelo jornal O Globo, nas eleições presidenciais de 2016 dos Estados Unidos, o compartilhamento de mentiras envolvendo os principais candidatos superou as notícias verídicas em números de acessos, explicitando, assim, que a quantidade de pessoas que acreditam em inverdades supera as que são criteriosas em certificar uma mensagem. Dessa forma, é notória a carência de uma educação digital que auxilie a sociedade nesse aspecto. Nessa perspectiva, para que as fake news tenham sua incidência diminuída, mostra-se necessária uma ação conjunta entre Estado e escola.    Para tanto, cabe à Agência Nacional de Autorregulamentação da Internet (ANARNET) criar uma página de comprovação da informação, pela qual passariam previamente as notícias que seriam divulgadas no meio virtual; nela, os sites de comunicação demonstrariam, por meio de fontes e dados, a veracidade de seus posts em uma avaliação prévia, evitando a exposição de inverdades ao público e punindo com multas os sites com possíveis irregularidades nesse quesito. Ademais, às instituições de ensino compete a inserção da matéria de educação digital na grade escolar, a qual auxiliaria, desde a infância, o indivíduo a lidar com o “hoax” e outros problemas na internet, tais como o cyberbullying. Assim, o número de brasileiros alheios às notícias falsas diminuirá significativamente.