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Enviada em: 31/10/2017

Os frequentes casos de disseminação de falsas notícias no ambiente virtual, conhecidas como “Fake News”, demonstram uma problemática da Era da Informação que se faz presente no Brasil contemporâneo. Nesse sentido, observa-se que esse fenômeno representa alguns perigos para a esfera pública e privada da sociedade uma vez que desrespeita a legalidade do direito à informação garantida pela Constituição Cidadã de 1988. Desse modo, é necessário que algumas medidas sejam tomadas para combater as notícias ilegítimas e garantir o bom uso da internet.        É necessário analisar, inicialmente, o contexto mundial atual marcado pelos avanços tecnológicos e ressaltar, que a adulteração de informações não caracteriza um evento atual. Porém, com o ascensão da internet e dos meios de comunicação, a partir de 1990, a circulação de notícias tornou-se instantânea e compartilhada por milhões de pessoas em escala global. É inegável que esse processo proporcionou inúmeros benefícios, como o auxílio em pesquisas. No entanto a falta de uma educação digital efetiva gera internautas sem senso crítico, que acabam tornando-se vítimas das mentiras virtuais.       Sob essa conjectura, o Dicionário Oxford elegeu, em 2016, “Pós-verdade” como a palavra do ano. Essa descreve a situação em que as emoções e as crenças pessoais afetam mais a opinião pública do que os fatos objetivos. Dessa maneira, grandes eventos mundiais como o BREXIT e a eleição de Donald Trump foram marcados pela divulgação de inúmeras “Fake News”. Sendo assim, a garantia da democracia torna-se um enorme desafio, visto que o acesso a informação verídica é essencial para a escolha dos representantes das nações, por meio do voto.         Por fim, a noção errônea de anonimato na internet facilita a exposição de difamações, calúnias e injurias, que de acordo com a legislação brasileira são considerados crimes. No entanto, as dimensões do meio on-line e a falta de fiscalização dificultam a identificação desses delitos.         Fica evidente, portanto, os perigos que as Fake News representam. Por conseguinte, é preciso que as instituições sociais e o Estado cooperem para mitigar os efeitos dessas ameaças. Inicialmente, compete ao Ministério da Educação inserir na base curricular do ensino fundamental e médio,como matéria obrigatória, aulas de informática. Essas deverão ser ministradas por docentes capacitados, a fim de que os alunos possam identificar notícias virtuais e métodos para considerá-las verdadeiras, formando cidadãos críticos. É imperativo, ainda, que os aplicativos de redes sociais divulguem para a população os mecanismos para denunciar postagens falsas, de modo que, posteriormente, elas sejam retiradas dos sites evitando a disseminação de notícias adulteras.