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Enviada em: 01/11/2017

Segundo o filósofo Habermas, os meios de comunicação seriam fundamentais para a conquista da razão comunicativa. Nesse sentido, embora os meios tecnológicos tenham surgido a fim de facilitar essa comunicação, o mau uso de aparelhos, principalmente os com acesso à internet, tem favorecido o aparecimento das chamadas "fake news", ou notícias falsas. Consonância da dinamicidade tecnológica e da falta de senso crítico pelos usuários, essa realidade exige medidas urgentes. Em primeiro plano, torna-se pontual reconhecer que o problema das “fake News” não é novo. Na Segunda Guerra Mundial, o ministro de propaganda nazista, Joseph Goebbels, utilizava jornais, filmes e propagandas para divulgar informações falaciosas a respeito do regime. Nessa lógica, no limiar do século XXI, fica evidente a facilitação de propagação de boatos, haja vista a dinamicidade dos meios informacionais, cuja rapidez de disseminação aliada à dificuldade para remoção de tais conteúdos encorajam a persistência de tais ações. Em vista da gravidade do problema, o Parlamento britânico criou uma comissão para investigar como detectar e impedir a publicação de informações maliciosas na Internet. Desse modo, é essencial a adoção de medidas universais urgentes para resolver o impasse. Sob essa conjectura, segundo a concepção de Immanuel Kant, o indivíduo atinge a "Maioridade" quando o mesmo adquire a capacidade de pensar por si, sendo ele livre, pois faz uso da razão estabelecendo uma lei moral e ética. Isso significa que, diante de notícias cujo conteúdo seja minimamente de raízes duvidosas, ou seja, se possuírem caráter inacreditável ou absurdo, é fundamental a verificação da credibilidade do site, da assinatura do autor da matéria e a averiguação do fato por outros veículos. Assim, faz-se necessária a educação com foco no juízo de valor de cada indivíduo, de maneira a atenuar os efeitos dos boatos. Urge, portanto, que governo e escolas cooperem para mitigar os perigos das notícias falsas. A princípio, cabe ao Estado o incentivo financeiro à criação de programas informacionais, com base na programação de sites que decodifiquem palavras-chave ligadas as notícias sensacionalistas, além da pesquisa em outras fontes por informações parecidas, a fim de bloquear os boatos antes mesmo de serem veiculados. Em paralelo, é papel da escola, como ferramenta essencial na formação cidadã e crítica dos jovens, promover aulas de educação informática com ênfase na verificação da veracidade de informações, além de palestras sobre a importância do desenvolvimento crítico. Ademais, é relevante também a promoção de cursos para formação continuada de educadores, com objetivo de sempre estarem atualizados dos perigos nas redes informacionais. Com essas medidas, serão extinguidos os perigos dos boatos na comunicação cotidiana dos indivíduos.