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Enviada em: 31/10/2017

A disseminação de notícias falsas não é novidade da contemporaneidade. Segundo o historiador Robert Darnton, a prática remonta ao século VI, quando o responsável por enaltecer o monarca Justiniano também fez um texto secreto, o Anedokta, que arruinou a reputação do Imperador. Nos dias atuais, é necessária uma educação digital que oriente as pessoas sobre identificação e compartilhamento de conteúdo duvidoso, bem como dos interesses escusos que podem estar por trás de tal prática.       Embora já exista há tempos, o problema das "fake news" foi potencializado com o com o advento da internet. Da suposta letalidade da vacina de febre amarela ao linchamento e morte de uma dona de casa do Guarujá após boatos nas redes sociais, o tema vem tomando proporções preocupantes. Muitos ainda têm dificuldade em fazer uma leitura criteriosa dos conteúdos e das fontes.       Outro aspecto que não pode ser ignorado é que a indústria de notícias falsas é um mercado milionário. Não são apenas pessoas curiosas que inventam histórias para se divertir. A polêmica envolvendo a eleição de Donald Trump comprova tal fato, conforme revela reportagem recente d'O Globo. Percebe-se, portanto, que "fake news" não são meras brincadeiras e seus prejuízos podem ser graves: consequências para a saúde pública e assassinato (como relatado acima) ou interferência no destino político de uma das nações mais importantes do mundo.       É preciso, portanto, a adoção de medidas urgentes para o controle deste problema. O Ministério da Ciência e Tecnologia pode elaborar cartilha para divulgação física e midiática sobre como atestar a credibilidade de um conteúdo e de uma fonte, aumentando a segurança das informações virtuais. Além disso, a sociedade deve exigir que o poder público adote medidas para a proibição de "bots" (robôs virtuais de produção e divulgação de conteúdos) nas redes sociais, através de medidas educativas e punitivas, como multas para empresas que os utilizarem.