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Enviada em: 03/11/2017

Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas "Memórias Póstumas" que não teve filhos e não transmitiu a nenhuma criatura o legado da nossa miséria. Talvez hoje ele percebesse acertada sua decisão: a postura de muitos brasileiros frente à despreocupação ao disseminar falsas notícias é uma das faces mais perversas de uma sociedade em desenvolvimento. Nesse sentido, surge a problemática dos motivos pelos quais as "Fake News" persiste intrinsecamente ligado à realidade do país, seja por questões econômicas, seja pela mentalidade social.  É indubitável que a internet e as redes sociais democratizam o acesso à informação. Entretanto, com o vasto número de comunicados e dados sendo publicados todos os dias, diversas pessoas encontraram uma forma de lucrar ainda mais: divulgando notícias falsas. Segundo a Revista Época, esse fenômeno que persiste no país tornou-se um grande negócio. Adorno e Horckheim, filósofos e membros da Escola de Frankfurt, já falava sobre o poder de alienação que grande parte dos veículos de comunicação tem e que objetivam cada vez mais o lucro. Assim, tais informes adulterados são motivados por questões econômicas e faz com que perpetue o problema no Brasil.   Outrossim, segundo o G1, 40% das pessoas não conseguem detectar imagens manipuladas. Com isso, a dificuldade dos brasileiros em detectar tais manchetes é fator favorável para o agravamento da problemática, haja vista que os indivíduos que elaboram as "Fake News" tornam-se fortalecidos para propagar essas falácias por haver público que leia ou acredita nesses informes. Dessa forma, o país passa por uma dificuldade em controlar esse problema tão frequente nos dias atuais e que causam grandes transtornos no cenário brasileiro.   Torna-se evidente, portanto, medidas para solucionar o impasse. Faz-se necessário que o Governo Federal, através da fiscalização das redes, crie uma legislação que seja capaz de punir e enfraquecer os que disseminam conteúdo de veracidade contestável, a fim de dificultar o lucro dos mesmos. Além disso, é fundamental que ONGs em parceria com a mídia elabore cartilhas impressas e digitais que instruam, por meio da escola e da TV, todos a identificarem manchetes falsas. Assim, poder-se-á transformar o Brasil em um país que crie legado de que Brás Cubas pudesse se orgulhar.