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Enviada em: 02/11/2017

De acordo com o sociólogo polonês Zigmunt Bauman, a partir do século XX, a humanidade passou a viver em tempos "líquidos", isto é, temporários, superficiais e complexos. Parte disso deve-se à integração da internet no cotidiano da população. Nesse cenário, as Fake News, assegurados na capacidade de repercussão das redes sociais, mostram os defeitos da modernidade e apresentam perigos que devem ser combatidos, sejam eles a desinformação ou o cyberbullying.    A propagação de notícias falsas provoca um conhecimento não verdadeiro que, na era da informação, é prejudicial ao pensamento crítico do indivíduo, pois causa a manipulação das massas. Um exemplo claro disso, foi a divulgação de grandes veículos da mídia de que a Coreia do Norte informava seus habitantes que o seu país havia chego às finais da Copa do Mundo de 2014, inclusive, goleando os adversários, porém tudo se tratava de uma brincadeira de internautas brasileiros. É importante ressaltar que essa "piada" poderia ter tido um resultado diplomático alarmante. O que evidencia a importância da verificação de fontes a fim de favorecer saber confiável.    Ademais, as consequências podem seguir os caminhos da violência e caracterizar crime de ódio. Para ilustrar, em 2013, surgiu um movimento em fóruns na internet em busca dos causadores do atentado da Maratona de Boston que levou à acusação de um jovem inocente; seu nome tornou-se público. Por conseguinte, sua família recebeu ameaças por redes sociais e  sofreu depredação de seu patrimônio. Isso revela um sério problema da difusão de mentiras e da utilização irresponsável do ambiente virtual.        Dessa maneira, as Fake News caracterizam a era das informações e os seus perigos apresentam resultados preocupantes que precisam ser enfrentados. Para tal, é necessário uma movimentação por parte das grandes empresas de computadores, como Facebook e Twitter, de modo que criem mecanismos para identificar e evitar a propagação de notícias falsas. Outrossim, cabe ao Estado criar meios que garantam ao veículo midiático confiabilidade, através de selos oficiais, além disso, é essencial o endurecimento de punição por propagar mentiras na internet por meio de novos órgãos fiscalizadores. Por fim, cabe ao indivíduo a consciência da sua ação ao compartilhar um fato que não tenha verificado a veracidade, pois isso pode gerar efeitos inconcebíveis. Apenas dessa maneira, a humanidade fugirá da ação de mal-intencionados, permitindo a vivência em tempos líquidos, mas confiáveis.