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Enviada em: 03/11/2017

Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, em sua obra "Em busca da política", nenhum país que esquece a arte de questionar pode esperar respostas para as adversidades que o afligem. Nessa perspectiva, torna-se passíveis de discussão os problemas enfrentados, hoje, pela sociedade brasileira no que tange aos perigos das Fakes News. Logo, poder público e coletividade devem unir forças objetivando combater esse problema social.                A princípio, vale ressaltar que o Brasil é um país democrático e que vem historicamente conquistando vitórias através da participação ativa da população em movimentos sociais como a liberdade de expressão e de imprensa. A partir disso, a Fake News vem ganhando espaços em diversos veículos de informação influenciando diretamente na modelagem das opiniões públicas, visto que após publicados as notícias falsas, as pessoas são altamente levadas propositalmente a acreditar em situações revestidas de aparência verdadeira. Um exemplo disso, durante as eleições presidenciais dos Estados Unidos, em 2017, houve grande repercussão de que o Papa Francisco apoiava a candidatura de Donald Trump influenciando os católicos a votarem no candidato através da religião apesar da notícia ter sido negada por mecanismos confiáveis.                   Ainda fazendo uso da sociologia baumaniana, o indivíduo, hoje, vive em um mundo volátil, o que caracterizou a obra "Modernidade Líquida". Essa nova modernidade tem como principal perfil o individualismo humano e, por conseguinte, a dificuldade pessoal em compreender os limites da liberdade de expressão e das divulgações de notícias falsas que vem se intensificando por conta da pouca abordagem social para detectar e prevenir a Fake News, já que o indivíduo ainda sem perceber colabora para a disseminação das informações não verdadeiras após acreditar e compartilhar nos principais meios de comunicação, entre eles a internet que é o meio mais acessado pela população.                    Urge, portanto, que medidas devem ser tomadas com vista à combater o compartilhamento de notícias falsas. Para tanto, a mídia, principal difusora de informação, deve promover propagandas educativas para todas as faixas etárias no intuito de ensinar técnicas para detectar e denunciar as informações com aparência verdadeira. Ademais, a Câmara de Deputados em parceria do Ministério da Justiça deve aprovar imediatamente o projeto de lei que incrimina rigidamente o divulgador de notícias falsas. Para mais, Associais de pais, jovens e empresários devem se mobilizar em movimentos sociais e em redes de comunicação em prol de desacelerar o ritmo de compartilhamento de informação pós-verdades. Desse modo, observada uma ação conjunta entre instituições públicas e sociedade civil o país dará passos mais firmes na direção de um futuro melhor.