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Enviada em: 13/11/2017

O mundo moderno vivencia vários paradoxos e um deles diz respeito às tecnologias da informação. Nunca antes houve tanta facilidade de acesso ao conhecimento ao mesmo tempo em que se vê aumentando, vertiginosamente, o número de pessoas alienadas e mal informadas.Nesse contexto, as fake news, ou seja, as notícias falsas - mas verossímeis -  têm-se se tornado uma inescrupulosa realidade, cujos efeitos podem ser sobremaneira nefastos para a sociedade.       Nesse ínterim, vale destacar que uma editora estadunidense encontrou registros da expressão fake news no final do século XIX e que a ela se atribuía a ideia de descrição de uma história política vista como danosa a uma agência, entidade ou pessoa. Embora nunca tenha se restringido exclusivamente ao campo da política, ainda hoje o termo pode ser associado, sobretudo, a esse escopo. Recentemente a expressão esteve muito em voga na mídia por conta das eleições presidenciais nos Estados Unidos. O presidente Donald Trump, então candidato, a fim de se defender das críticas da imprensa e de formadores de opinião do seu país direcionadas ao seu programa de governo e aos seus posicionamentos ideológicos, acusou a mídia de persegui-lo e , de modo engenhoso, fez com que seus eleitores acreditassem que as críticas veiculadas eram fake news.Obteve sucesso.       Há, no entanto, um outro viés para o cunho desse termo. É quando, de fato, as informações são fake news e, igualmente, reverberam em uma usurpação dos processos democráticos.Sabe-se, por exemplo, que há empresas especializadas na produção de conteúdo fake news com objetivos diversos, desde assuntos que chamam atenção do público em geral com o objetivos  de veicular, concomitantemente, propaganda de serviços e produtos, como  com objetivo específico de alterar a política do país. Um exemplo disso no Brasil é a perseguição em torno do Deputado Federal pelo Rio de Janeiro, Jean Wyllys. Assumidamente homossexual, o deputado luta por minorias, dentre elas, o público LGTB e, constantemente é alvo das fake new com objetivos políticos de minar sua imagem.       Diante de tais questões, faz-se mister adotar medidas que combatam essas práticas deliberadamente antidemocráticas. Para tanto, cabe ao Poder Legislativo criminalizar a divulgação ou compartilhamento de informações falsas na rede mundial de computadores. Por outro lado, considerando que parte da parte sociedade não age de má fé, mas, sim, manipulada, com sucesso, por esses métodos escusos, é imprescindível que se reflita sobre os efeitos, muitas vezes irreversíveis, de tais práticas e que sejam divulgadas orientações sobre como se precaver dessa ingenuidade que destrói.Tais ações podem ocorrer de forma articulada e colaborativa entre mídia, Ministério das Telecomunicações e parcerias público-privadas, como afixação de cartazes em transportes coletivos.