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Enviada em: 15/01/2018

Não há quem pudesse prever que o século XXI, a era da informação e da acessibilidade, fosse marcado também pela ignorância virtual. Hoje, com o livre acesso às redes sociais como o Facebook, o Twitter e o Whatsapp, torna-se comum a proliferação de notícias falsas online. Há, entre milhões de usuários, aqueles que se abstêm ao senso crítico, menos instruídos e que se contentam apenas com a verdade que lhes é apresentada e os agrada, e logo tendem a se tornarem massa de manobra. Diante desses fatos, é necessário analisar a fundo suas características e consequências a fim de compreender e reverter essa realidade.  Em primeiro lugar, é valido o reconhecimento do conteúdo dessas informações inverídicas e o porquê de causarem tamanho alarde no meio social, a ponto de serem compartilhadas por inúmeros usuários. Tais conteúdos tratam, especialmente, de notícias sensacionalistas, com declarações fictícias que visam chocar determinado público já preestabelecido. A exemplo têm-se, na esfera política, argumentos extremistas que são atenuantes e determinantes para a formação de opinião do usuário, como declarações polêmicas de candidatos a eleições e propostas econômicas irreais que, agradando certo público, espalham-se pela rede.  Como consequência, destacam-se, atualmente, reações em massa, deslegitimação de movimentos sociais e perpetuação do ódio contra os que não compartilham da mesma opinião. Assim como na teoria da tábula rasa, de Locke, um usuário de rede social é como uma página em branco, e é o conteúdo ao qual é exposto online que o corrompe. Dessa forma, a partir do que se lê e se vê, formam-se e isolam-se grupos extremistas, reclusos ao diálogo com outros usuários que veem o mundo de forma diferente, criando assim, verdadeiras bolhas sociais que geram guerras nas redes e se propagam para o convívio interpessoal.  Fica evidente, portanto, que é nítida a necessidade de reversão desse quadro social moderno. Visando a sua alteração e contribuição para a sociedade, o Facebook deve ampliar seus recursos de verificação de veracidade de notícias, como já executado em 14 países, incluindo o Brasil; além da adoção de sistemas semelhantes por outras redes sociais. Além disso, como formadoras de cidadania, escolas públicas e privadas devem reforçar o senso crítico desde a infância em alunos, por meio de palestras sazonais de conscientização e desmitificação nas redes, apresentadas por professores e profissionais da área de TI (Tecnologias da Informação), que possam trazer informações e conhecimentos aos alunos. Desse modo, o brasileiro terá a oportunidade de integrar-se ao meio social online com mais responsabilidade e segurança e vivenciar, de fato, a era da informação acessível.