Materiais:
Enviada em: 29/01/2018

As eleições presidenciais estadounidenses de 2016 foram marcadas por diversos acontecimentos, dentre eles, a propagação de várias notícias inverídicas, atribuídas aos candidatos Hillary Clinton e Donald Trump. Nesse contexto, esse fenômeno também ocorre no Brasil, ainda que em escala menor, sendo motivador para a elaboração de um projeto de lei que torna crime o compartilhamento de notícias falsas. Desse modo, analisa-se que as "fake news" são uma problemática existente na sociedade contemporânea, trazendo diversos perigos na era da informação.       Em primeiro lugar, as redes sociais  são ferramentas auxiliadoras da disseminação de informações falsas. Nessa perspectiva, por tornarem fácil o compartilhamento de uma publicação sem fundamento, aliada à audiência expressiva alcançada, essas informações são rapidamente disseminadas. Logo, isso pode ser comprovado pela pesquisa realizada em 2006, pela Agência Advice Comunicação Corporativa, na qual foi constatado que 78% dos brasileiros informam-se por redes sociais e 42% compartilham notícias falsas, sendo que 39% procuram saber mais antes de postar.       Por conseguinte, o uso de informações falsas pode causar danos significativos para os alvos desses factoides. Nesse viés, isso pode refletir na desqualificação política, o que influenciou, por exemplo, a derrota da candidata Clinton, adversária de Trump. Ademais, no Brasil, isso resultou em prejuízo da integridade física contra um casal de Araruama (RJ), que foi espancado após rumores de que eles estariam sequestrando crianças viralizarem pelo WhatsApp, e até o caso mais conhecido e extremo, o da dona de casa Fabiane, linchada até a morte por moradores de Guarujá (SP), por suposto envolvimento em magia negra.       Portanto, é notável que o compartilhamento de notícias falsas implica perigos para a sociedade. Dessa forma, a mídia deve informar à população sobre as "fake news", por meio de debates, dicas e programas televisivos de auditório, com a participação de especialistas em comunicação e de espectadores via redes sociais, a fim de conscientizar a população acerca da necessidade de não compartilhar notícias falsas. Outrossim, as universidades devem incluir a checagem de fatos na rotina dos futuros jornalistas, por meio da inclusão de uma disciplina específica de método de "fact checking" no currículo dos cursos de jornalismo, em um aprofundamento acadêmico à oficina oferecida pela Agência Lupa, que atua nesse ramo, de modo que se noticiem informações devidamente verificadas.