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Enviada em: 20/01/2018

Em tempos singulares de gênese de informações, acessíveis a um clique, vivemos um problema já conhecido pelo homem: a perpetuação de perigosas falsas verdades. As chamadas fake news, ou notícias falsas, têm ganhado destaque no cenário virtual, principalmente em páginas e perfis que visam fama ou, em casos mais sérios, causar dano à integridade moral (e física) de alguém.       A criação e publicação das fake news são feitas, na maioria das vezes, por indivíduos ou grupos com o objetivo de alcançar popularidade. O maior meio de veiculação são as redes sociais, principalmente o facebook, onde as falsas notícias são difundidas à velocidade da luz. Assim, os idealizadores desse tipo de conteúdo têm o que almejam: muitos views e likes, aproveitando-se desse fato para lucrar, uma vez que, geralmente, suas páginas são repletas de anúncios e propagandas.       Porém, em alguns casos, o objetivo principal não é ser popular. Várias vezes as fake news visam plantar a semente da discórdia e injuriar alguém, famoso ou não, pelos mais diversos motivos - e, dependendo do caso, nem motivo é necessário. Para realizar a ação, os difamadores têm cartas na manga, como Photoshop e outros recursos de imagem, para manipular fotos e vídeos a fim de tornar a notícia mais convincente. Como se não bastasse denegrir a imagem da ''pessoa-alvo'', os boatos das fake news podem culminar em situações extremas: foi o caso da dona de casa, na baixada santista, que havia sido confundida com uma praticante de magia negra, referida em uma falsa notícia, e foi linchada até a morte pelos ''justiceiros'' que leram a matéria falaciosa.       Sendo assim, para que as pessoas sejam poupadas dos perigos das notícias inverídicas, é necessária a discussão e implementação de ações com o intuito de cessar a veiculação de conteúdos falsos. Além da punição judicial, como propõe o deputado Luiz C. Haluy, do Paraná, é interessante que o Ministério Público viabilize um portal online capaz de receber denúncias sobre informações duvidosas e as investigar, tirando-as da rede caso comprovada a inveracidade. Também é importante fomentar o censo crítico da população, com campanhas veiculadas pelas próprias redes sociais e pelo programa nacional de rádio A voz do Brasil, por exemplo, idealizadas pelo setor de comunicação social do Estado, que estimulem a busca pela procedência e referências do conteúdo acessado, a fim de não continuar semeando mentiras, evitando, assim, colher os amargos frutos desta ação indevida.