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Enviada em: 29/01/2018

O termo “fake news” tornou-se popular após a última eleição presidencial estadunidense, já que a veiculação de notícias falsas foi utilizada para disseminar informações mal intencionadas sobre determinados indivíduos. Sob essa ótica, é imprescindível entender os efeitos da difusão dessa conduta na imagem das vítimas, bem como refletir acerca de como os interesses políticos e econômicos velados sob esse fenômeno podem manipular as ideologias sociais e, sobretudo, tornar uma notícia duvidosa em certeza absoluta. Diante disso, é válido ressaltar o papel da mídia no processo de legitimação de notícias articuladas para a população. Além disso, a internet é um instrumento de disseminação rápida de informações as quais não tem sua veracidade confirmada, já que basta um usuário das inúmeras redes sociais postar um discurso persuasivo e, sobretudo, polêmico, para iniciar-se os milhares de compartilhamentos da postagem equivocada. Por conseguinte, é comum observar a imprensa destacar-se como o pivô dessas ocorrências, de modo que do início da veiculação até a sua retificação, diversas consequências são registrados, como a injúria e difamação de vítimas, bem como a efetivação de interesses políticos.    Em consonância com esses acontecimentos, o dicionário Oxford elegeu a palavra “pós-verdade”, como a destaque do ano de 2016, em função do contexto da desinformação nas redes sociais, bem como do excesso de uso de expressão. À vista disso, é possível compreender que a divulgação de milhares de fake news nos últimos anos é consequência não apenas dos veículos de comunicação em massa, mas principalmente de quem consome tal conteúdo: a sociedade. Desse modo, o comportamento dos indivíduos atualmente expressa-se na tendência por estar exposto a uma inundação de informações, e a pressa cotidiana em estar conectado e a par do mundo que o cerca faz com que as pessoas não verifiquem uma informações a partir de fontes confiáveis - o que é ratificado pelo sociólogo Bauman com a expressão “modernidade líquida” - importando-se apenas com as manchetes tendenciosas e articuladas para alcançar o estopim da polêmica.    Diante dessa perspectiva, é irrefutável que a veiculação de fake news é um fenômeno cada vez mais comum e é utilizado pela mídia com fins bem definidos, seja econômicos ou políticos e, sobretudo, a sociedade em geral estimula tal conduta, já que absorve tais informações duvidosas como verídicas e incontestáveis. Em consequência disso, a utilização dessas práticas de manipulação acarretam severas consequências para as vítimas, portanto, medidas são necessárias para o combate desses artifícios midiáticos. Desse modo, é substancial o papel das autoridades governamentais no setor da comunicação, em parceria com grandes empresas desse setor, como a Google por exemplo, para o desenvolvimento de algoritmos de controle e verificação de informações, bem como a punição cabível a indivíduos que tentem veicular fake News nas redes sociais. Ademais, a sociedade em geral é o principal agente transformador dessa realidade, já que deve buscar fontes confiáveis para obtenção de notícias, bem como precisa combater o compartilhamento de notícias falsas a terceiros. Assim, será possível minimizar gradativamente o fenômeno das fake news na era da informação, bem como seus perigos a todos os indivíduos.