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Enviada em: 23/01/2018

Síndrome de Munchausen O consumo de informações ocupa papel importante na preservação da ordem social, fornecendo referências para a tomada de decisões. Por isso, o vertiginoso crescimento da divulgação de notícias falsas assusta tanto. O problema tem contornos complexos devido à impunidade e às convicções enviesadas que o ser humano com frequência adota. A seriedade do tema pode ser sentida quando se avalia o tipo de mentira que tem se divulgado e o tipo de tratamento recebido pelos divulgadores. Por exemplo, mentiras sobre supostos malefícios das vacinas fizeram muitas pessoas deixarem de se imunizar, prejudicando o coletivo, pois quanto mais pessoas vulneráveis, maiores as chances das doenças se propagarem.  Contudo, ninguém do movimento antivacina jamais foi punido. Desse modo, na ausência da tipificação penal das chamadas fake news, a suposição da impunidade traz um senso de segurança para  o mentiroso divulgar sua falácia. Ademais, o velho costume humano de acreditar naquilo que reforça sua visão de mundo e desacreditar daquilo que desafia suas convicções facilita o avanço das notícias falsas. A tendência natural de muita gente é compartilhar notícias que são convenientes às suas crenças e contestar notícias incongruentes às suas concepções. A ausência do hábito de desconfiar, um fraco senso de curiosidade e o apego cego a convicções dão casa, comida e roupa lavada às notícias inverossímeis. Portanto, as notícias falsas continuarão a ser divulgadas por pessoas que creem que não serão punidas e compartilhadas por pessoas que veem conveniência na notícia e não são desconfiadas e curiosas o bastante. Sendo assim, é necessário criar leis convincentes que desencorajem a divulgação de informações mentirosas, prevendo a destinação de fianças a um departamento de delegacia responsável específica e exclusivamente pelo combate a esse crime. Assim, será possível minorar esse problema e contribuir para uma sociedade melhor informada.