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Enviada em: 28/01/2018

Na era da tecnologia e da comunicação, a internet é o principal meio de veiculação de notícias e informações em todo o mundo, disponibilizando-as para um crescente número de usuários. E juntamente com o grande fluxo de conteúdo, veem-se tanto fatos reais quanto boatos, embora muitas vezes seja difícil diferenciá-los, dado os artifícios utilizados para tornar os eventos falsos em notícias convincentes, caracterizando as Fake News.       As notícias falsas conseguem se perpetuar e atingir grande alcance  devido aos inúmeros usuários que compartilham reportagens e artigos sem antes verificar a veracidade dos fatos apresentados. Tal ação gera um ciclo vicioso, aumentando a repercussão dos boatos, que não tem apenas um impacto virtual, mas também na vida das pessoas fora da internet, como nos escândalos que permearam as eleições americanas em 2016 e também ameaçam o Brasil no ano eleitoral de 2018.       Além disso, o autor de um boato que gere qualquer forma de tumulto ou pânico pode responder por crime de responsabilidade civil, calúnia e injúria, com mesma pena de alguém que praticou o delito fora do mundo virtual. Porém, a pena, que pode variar de dois meses a um ano de cadeia, não é suficiente para fazer com que os autores das calúnias deixem de publicá-las. A fiscalização de crimes virtuais ainda se mostra frágil, se comparada com a facilidade com que se tem acesso à internet atualmente.       Para ilustrar a situação, pode-se citar um levantamento realizado pela Universidade de São Paulo (USP), que afirma que 12 milhões de pessoas compartilharam notícias que continham conteúdo enganoso e adulterado somente no mês de junho de 2017. Tal dado apenas reforça o grande alcance e popularidade que as notícias inverdadeiras possuem, e demonstra o perigo das mesmas para a população, que pode deixar-se influenciar por dados inventados e sem credibilidade.       Em face aos dados apresentados, é imprescindível que todos se conscientizem da importância de se verificar a credibilidade de notícias antes de compartilhá-las sem critérios. Tal propósito pode ser alcançado através da educação digital, mostrando aos usuários como reconhecer as Fake News, principalmente através dos títulos em tom alarmante e da falta de provas concretas sobre o fato relatado. Cabe ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgar e punir os criadores dos conteúdos divulgados, atentando-se ao cumprimento da lei. Já a imprensa e a mídia em geral tem o papel de manter-se vigilante, denunciar e levar a verdade aos usuários, tornando o mundo digital mais transparente e livre de boatos que possam prejudicar alguém, desde uma personalidade influente à um cidadão comum.