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Enviada em: 28/01/2018

Não raro, toma-se conhecimento por meio da mídia de pessoas que foram vítimas das chamadas "fake news", ou seja, notícias falsas, mas que aparentam ser verdadeiras. Durante boa parte da história, o homem teve um acesso restrito às informações, na Idade Média, por exemplo, os livros eram exclusividade da nobreza e do clero. No entanto, desde o Iluminismo houve uma tendência de valorização do conhecimento e do acesso à informação. Segundo pesquisa do Instituto Reutier, 72% dos brasileiros usam as redes sociais como fonte de notícias, mas a maioria deles não se preocupa em separar a verdade factual da mentira.             A observação dos fatos históricos mostra que as "fake news" tornaram-se presentes nos debates do Brexit, no processo separatista da Catalunha, nas eleições presidenciais da França, na crise diplomática entre Arábia Saudita e Catar, na tensão nuclear da Coreia do Norte e na disputa política brasileira. A internet democratizou o acesso à informação, no entanto, na era da pós-verdade a emoção se sobrepõe aos fatos objetivos. Muitos que disseminam notícias falsas buscam formar e influenciar correntes de opinião, induzir metas de políticas públicas e reforçar vínculos para ganhar aparente popularidade e influência no meio digital.                    Ainda convém destacar que em função do advento das redes sociais, com a transmissão de vídeos ao vivo no Instagram e Facebook, houve a pulverização de informação que antes era exclusividade de empresas e conglomerados jornalísticos. De acordo com os pensadores da Escola de Frankfurt, o controle das informações pela imprensa gera a manipulação de massa. Pode-se mencionar, por exemplo, o controle dos meios de comunicação e da censura dos regimes totalitários do século XX, como meio de manutenção e controle do poder, afinal, segundo o filósofo francês Michel Foucalt, as relações humanas são permeadas por dominação.                  Em vista dos argumentos apresentados nota-se que é preciso difundir cuidados para mudar esse cenário, como observar a fonte da notícia e dados concretos como data e horário. O Poder Público deve fazer alterações legislativas, como enquadrar tal prática como crime, multar empresas que difundem "fake news" e criar um maior número de delegacias que atendam a denúncias de crimes cibernéticos. Além disso, as plataformas de redes sociais devem facilitar meios de denúncias de notícias suspeitas e promoção da educação digital como meio para fortalecer a liberdade de expressão e o uso democrático da internet.