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Enviada em: 18/05/2018

No livro “Modernidade Líquida”, Zygmunt Bauman fala sobre como as relações interpessoais estão fragilizadas e inconsistentes. Como consequência disso, o exterior costuma se sobressair à essência e a sociedade se baseia nas aparências e nos bens materiais. Não é difícil perceber, contudo, que esse estilo de vida põe em risco a natureza e, também, vidas.        Em primeiro lugar, é preciso analisar o aumento do consumismo na sociedade atual. Em um contexto em que o “ter” é mais importante que o “ser”, a população exerce grande pressão sobre os recursos naturais para fabricar produtos que são, muitas vezes, supérfluos, e que possuem como principal objetivo agregar “status” ao comprador. Isso demonstra que a capacidade de degradação do ser humano é muito maior que a capacidade de regeneração da natureza e que, caso esses valores sociais não sejam alterados, o aquecimento global e a diminuição da camada de ozônio serão somente mais dois problemas ambientais de tantos outros pelos quais a sociedade terá de enfrentar.        Além disso, é importante ressaltar que a “ostentação” presente nas mídias sociais possui grande poder coercitivo sobre a parcela menos abastada da população. Isso porque, em contraste ao luxo e riqueza tão propagado nas redes, estão milhares de jovens que não têm acesso às roupas de marcas e correntes de ouro, e que, por isso, se sentem excluídos e marginalizados. Como forma de se sentirem aceitos e terem acesso a esses recursos, acabam recorrendo à criminalidade, e o resultado disso costuma ser bem claro: compram-se tênis e camisas a preços de vidas. No entanto, ao contrário do muitos dizem, essa situação não se trata de um determinismo social, mas se uma face perversa da desigualdade socioeconômica.         Fica claro, portanto, que o problema em voga é bastante complexo e estrutural, pois está atrelado à mentalidade da sociedade. Como forma de dirimir a problemática, os meios de comunicação de massa poderiam exibir comerciais engajados sobre a importância do consumo consciente e incentivar a sociedade a comprar produtos apenas de empresas que tenham compromisso com a preservação do meio ambiente, a fim de evitar que a natureza sofra ainda mais com a degradação. Ademais, organizações não governamentais, aliadas à mídia, poderiam promover rodas de conversa com a população para ajudá-la a entender a que bens materiais não são capazes de definir uma pessoa.