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Enviada em: 05/07/2018

Durante a Idade Moderna, a sociedade europeia, era hierarquizada e dividida em classes sociais bem definidas, como o clero, a nobreza e os servos. Essa última ostentava os chamados títulos nobiliárquicos, utilizava vestimentas fabricadas com tecidos finos e residia em castelos ou palácios ricamente ornamentados em ouro. Assim, é evidente que a ostentação possui raízes históricas, entretanto, devido ao desenvolvimento do capitalismo o exibicionismo atualmente pode ser considerada  um valor social seguido fielmente por todos os estratos sociais.    Em O Cortiço, obra de Aluísio de Azevedo, o personagem João Romão tenta a todo custo ostentar uma posição social de destaque na sociedade fluminense do século XIX, ainda que, para atingir seu objetivo precise explorar as pessoas que vivem em sua estalagem em uma condição miserável. Já na Europa durante a Idade Média muitos nobres compravam títulos nobiliárquicos e constituíam a chamada nobreza togada. Diante disso, é fácil constatar que o exibicionismo não é um valor exclusivo deste século, mas um fato social que surgiu com o desenvolvimento do capitalismo, sistema econômico no qual o dinheiro é o bem mais importante e os produtos mais caros são cobiçados por grande parte das pessoas, além disso, à medida em que a economia se desenvolveu os bancos adotaram o sistema de crédito como uma moeda de compra e com isso o consumo foi facilitado, pois mesmo quando o indivíduo não possui renda suficiente ele consegue adquirir um bem supérfluo e pagá-lo em parcelas.     Outrossim, na contemporaneidade a ostentação está em evidência, pois os valores sociais mudaram muito ao longo da história da humanidade, tendo em vista que, durante a Era Moderna ainda existiam certos valores mais sólidos, de origem medieval, que influenciavam as relações sociais, como a honra e a fidelidade, por outro lado, na atualidade a aparência tornou-se mais importante que a essência. Isso é afirmado pelo filósofo Zygmut Bauman em seu livro Modernidade Líquida, que retrata como as organizações sociais estão baseadas na superficialidade e, consequentemente, as pessoas estão vivendo em um mundo de aparências.    Portanto, o ser humano em diferentes países e com suas devidas peculiaridades culturais a partir do desenvolvimento do capitalismo passou a se preocupar mais com a exibição de seus bens materiais.  Logo, o Ministério da Fazenda deve aumentar as taxas de juros como uma forma de inibir o consumo baseado no crédito e estimular o consumo de bens essenciais, por meio, de um sistema de crediário próprio. Por fim, cabe ao Ministério da Educação abordas nas escolas filósofos como Bauman e Theodor Adorno, que criticam o consumismo exacerbado, como uma forma de a longo prazo reduzir os efeitos nocivos da ostentação.