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Enviada em: 20/08/2018

De acordo com o filósofo Immanuel Kant, o indivíduo não é rico pelo que tem, e sim por aquilo que não precisa ter. De fato, a riqueza do ser humano não deveria ser medida através de bens materiais, mas sim do conhecimento adquirido ao longo da sua formação. No entanto, em pleno século XXI, não é isso que vem sendo preconizado, visto que a cultura da "ostentação" criou no imaginário popular de que o indivíduo não somente precisa ter objetos, mas expor o que possui. Dessa forma, é preciso vencer esse rótulo que foi imposto historicamente e socialmente sobre a relação do ser humano com o objeto.    Convém ressaltar, a princípio, que o fenômeno de expor bens materiais não é exclusivo da era pós -moderna, visto que desde o Egito Antigo, o faraó ordenava a construção de pirâmides, e quanto mais altas e ornamentadas fossem, significava maior poder e status frente à sociedade. Entretanto, após a transição do homem de uma relação estamental para uma plenamente consumista, essa necessidade de auto-afirmação perante a sociedade tornou-se mais evidente. Isso pode ser comprovado, principalmente no Brasil, através da moda do "outfith", cujo os usuários do meio digital aparecem utilizando objetos de luxo como bolsas, relógios e celulares para obter o respeito social. Nesse sentido, o impacto desse modelo cultural transformam o homem na visão de Sartre, filósofo Francês, em um ser coisificado, ou seja, o ter está se sobrepondo ao ser nas relações humanas.     Por consequência disso, na emergência de se criar uma identidade e de se sentir participante dessa era consumista o ser humano se submete a comprar objetos que às vezes, é maior que o seu valor orçamentário só para ficar na moda. No entanto, segundo o Jornal o Globo, cerca de 36% da população compra produtos sem poder e mais  da metade delas tem alguma dívida financeira em bancos. Comprovando, que esse modelo desenfreado de consumismo gera, não só consequência para o cidadão, mas também um saldo negativo nas contas públicas do país. Desse modo, abri-se leques para discussões sobre até onde o cidadão é capaz de ir para obter o que a sociedade emprega como sendo indispensável em um país desenvolvido.      Portanto, percebe-se que para esse modelo de "ostentação" por ser amenizado é necessário ações conjuntas do Governo Federal e o Ministério do Trabalho, promover mutirões semestrais para refinanciar dívidas frente aos bancos para que os cidadãos possam recuperar sua linha de crédito. Bem como, orientar esses indivíduos sobre os cuidados com o consumismo exacerbado. Além disso, o Ministério da educação deveria promover palestras nas escolas sobre a o fenômeno da superexposição e o consumismo de produtos para que as futuras gerações sejam mais críticas. Pois, dessa maneira, a máxima de Kant possa ser plenamente uma opção social cabível nessa era.