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Enviada em: 22/10/2018

Gastando o que não possui     Na primeira década do século XXI houve o crescimento da economia brasileira, sobretudo com a influência da crise internacional de 2008. Nesse sentido, baseado em artigos de luxo, o funk ostentação ganhou destaque nas periferias de grandes centros urbanos, principalmente devido o fácil acesso ao crédito e a imposições midiáticas. Nesse âmbito, surge a necessidade de avaliar o comportamento do Estado e da sociedade frente a essa problemática.     A princípio, a abertura econômica está entre os pelares que levaram a classe baixa ao poder de compra. Isso acontece porque os bancos e lojas facilitaram o acesso ao crédito, principalmente com empréstimos e parcelamento de compras. Nesse cenário, a ostentação de artigos de luxo, como roupas, sapatos e joias ganharam destaque, visto que essa é a oportunidade da classe “C” ganhar destaque na sociedade. Com efeito, em 2017 chegou a 60 milhões o número de brasileiros com restrição junto ao Serasa, já que as medidas facilitaram o acesso à moeda, mas não diminuiu a desigualdade econômica.     Atrelado ao liberalismo econômico, a mídia contribuiu para o desejo de compra. Essa problemática decorre da imposição de produtos em comerciais de televisão, novelas, filmes e séries, cujo objetivo é transmitir a ideia de que a felicidade está atrelada ao consumo. Nessa conjuntura, em 2014 o “rolezinho”, termo usado pelos jovens paulistanos das periferias que começaram a frequentar os shpping centers ganhou visibilidade na mídia, já que esses cidadãos buscam locais para tirarem fotos e publicarem nas redes sociais. Consequentemente, o conceito de “ter” tornou-se mais importante do que “ser”, devido à busca exacerbada pela aparecia e seguidores nas redes sociais.     Infere-se, portanto, que a ostentação nas classes baixas representa um problema em médio prazo. Para conscientizar a população, cabe ao Banco Central formar parcerias com os bancos comerciais e, em caso de compra parcelada ou financiamento, comprometer apenas 20% da renda do cliente, por meio da exigência de comprovante de rendimentos, a fim de evitar endividamento. Ademais, o Ministério Público Federal deve criminalizar a imposição de produtos na mídia, sobretudo as propagandas que atrelam os bens matérias à aceitação e felicidade, pelo intermédio de aplicação de multas, com o objetivo de conscientizar a população a consumir de acordo a necessidade e ao poder de compra. Com essas medidas, certamente a ostentação e o luxo não será sinônimo de restrição futura no Serasa.